Editora: Independente Páginas: 193 |
Veja sinopse do livro aqui.
1. Vamos falar um pouco sobre a nossa juventude?
2. Acabei de ler há alguns dias o livro "Em Janeiro", do Caio Bersot. Fiquei muito impressionada com a qualidade da história e o livro nem me pareceu de estréia do Caio. Claro, creio que a escrita pode ser melhorada, mas isso ocorre mesmo com o tempo.O importante é que me deparei com uma história incrível e que me gerou várias reflexões.
3. O primeiro ponto a frisar é que o livro foi escrito por um jovem e que conta a história de jovens. Isso pode não parecer muito importante, mas é: uma pessoa que escreve sobre sua geração, sobre o seu meio, tem muito mais propriedade da narrativa do que alguém de "fora". A narrativa se passa na cidade do Rio de Janeiro, entre o final de 2010 e início de 2011, e tem como protagonista oito jovens amigos. Esses jovens estão nessa fase de final de ensino médio e início de faculdade.
4. Sabemos que quando falamos de juventude, pensamos logo em risos, fantasias, amores consequentes e inconsequentes, brincadeiras, enfim, coisas boas. No entanto, "Em Janeiro" não é um livro "bonitinho" sobre jovens. Ao contrário, é um livro pesado, fala sobre os jovens lidam com as dificuldades da vida. Logo no início do livro, tomamos conhecimento de uma tragédia que afeta, direta ou indiretamente, praticamente todos os protagonistas. Além disso, presenciamos na narrativa família desestruturadas, alcoolismo, descobertas sexuais, sonhos, depressão, prostituição... O que mais me chamou a atenção, sendo muito sincera, nem foi tanto ver como os jovens lidavam com essas situações, mas sim ver como os pais lidavam com tudo aquilo... Enfim, algo trágico. Talvez por terem vivido sua juventude em outra época, muitos pais de hoje têm dificuldade em encarar os desafios dessa nova geração.
5. Já li alguns livros que trabalham um pouco essa linha. O primeiro livro que li (e já reli umas duas vezes) foi "Depois Daquela Viagem", de Valeria Polizzi, que retrata a história da escritora com contraiu o vírus HIV com o seu primeiro namorado e como foi viver numa época em que Aids era sinônimo de morte. Depois li "A Vida por um Fio" que retrata o mundo das drogas e sua difícil recuperação.
6. Fiquei pensando cá comigo sobre a leveza que é ser jovem e o peso de também o sê-lo. Alguns acharão que falo besteira, no entanto, no mundo de hoje, completamente diferente do mundo de 20 anos atrás, ser jovem tem seus perigos. A violência está muito mais próxima, o consumo de drogas também. Além disso, apesar de termos uma quantidade maior de jovens homossexuais, a nossa juventude é bem mais conservadora do que antigamente (essa pesquisa saiu um tempo atrás e fiquei intrigada com esse fato). E de quem é a culpa? Há culpados?
7. Sobre essas e outras questões tenho passado a refletir muito. O livro do Caio contribuiu muito para aumentar a minha reflexão sobre essa nova geração antenada nas redes sociais e que vive muito pouco o mundo real. Ainda sim, a única coisa certa é que a família tem um peso muito grande na formação de cada jovem, mas a impressão que tenho é que esta tem cada vez se desincumbido dessa tarefa.
8. Uma das cenas que mais me comoveu, foi a reflexão que uma das protagonistas, a Maria Luisa fez sobre a morte. "Dizem que a única certeza na vida é a de que todos irão morrer. Mas, por que será que nunca se pode ter certeza das heranças? Todo o mistério não é o que faz da morte o que ela é. As consequências é que são as verdadeiras responsáveis pelo medo da morte. Dor, solidão, e uma infinidade de sentimentos, atuam, como uma sede interminável. Com o tempo, a vida dos herdeiros é comida pelos problemas. As piores sensações vão alimentando-se da alma, e o que um dia fora reluzente, se torna rasgado, abatido, detonado por desejos insaciáveis. Este é o legado da morte: o limbo eterno dos vivos" (p. 82).
9. O livro "Em Janeiro", do Caio Bersot, está sendo distribuído gratuitamente pelo site www.emjaneiro.com.br. Vale a pena a leitura!
5. Já li alguns livros que trabalham um pouco essa linha. O primeiro livro que li (e já reli umas duas vezes) foi "Depois Daquela Viagem", de Valeria Polizzi, que retrata a história da escritora com contraiu o vírus HIV com o seu primeiro namorado e como foi viver numa época em que Aids era sinônimo de morte. Depois li "A Vida por um Fio" que retrata o mundo das drogas e sua difícil recuperação.
6. Fiquei pensando cá comigo sobre a leveza que é ser jovem e o peso de também o sê-lo. Alguns acharão que falo besteira, no entanto, no mundo de hoje, completamente diferente do mundo de 20 anos atrás, ser jovem tem seus perigos. A violência está muito mais próxima, o consumo de drogas também. Além disso, apesar de termos uma quantidade maior de jovens homossexuais, a nossa juventude é bem mais conservadora do que antigamente (essa pesquisa saiu um tempo atrás e fiquei intrigada com esse fato). E de quem é a culpa? Há culpados?
7. Sobre essas e outras questões tenho passado a refletir muito. O livro do Caio contribuiu muito para aumentar a minha reflexão sobre essa nova geração antenada nas redes sociais e que vive muito pouco o mundo real. Ainda sim, a única coisa certa é que a família tem um peso muito grande na formação de cada jovem, mas a impressão que tenho é que esta tem cada vez se desincumbido dessa tarefa.
8. Uma das cenas que mais me comoveu, foi a reflexão que uma das protagonistas, a Maria Luisa fez sobre a morte. "Dizem que a única certeza na vida é a de que todos irão morrer. Mas, por que será que nunca se pode ter certeza das heranças? Todo o mistério não é o que faz da morte o que ela é. As consequências é que são as verdadeiras responsáveis pelo medo da morte. Dor, solidão, e uma infinidade de sentimentos, atuam, como uma sede interminável. Com o tempo, a vida dos herdeiros é comida pelos problemas. As piores sensações vão alimentando-se da alma, e o que um dia fora reluzente, se torna rasgado, abatido, detonado por desejos insaciáveis. Este é o legado da morte: o limbo eterno dos vivos" (p. 82).
9. O livro "Em Janeiro", do Caio Bersot, está sendo distribuído gratuitamente pelo site www.emjaneiro.com.br. Vale a pena a leitura!
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