21/04/2014

"Métrica", de Colleen Hoover

“Métrica” é um dos sucessos da escritora americana Collen Hoover e foi lançado desde 2012 aqui no Brasil. Portanto, por haver uma grande quantidade de resenhas na internet falando positivamente sobre o livro, fiquei um pouco curiosa para lê-lo.



O livro pertence ao gênero literário “New Adult”, que eu ainda não tinha tido a oportunidade de ler. Esse gênero abrange temas um pouco mais pesados para a literatura juvenil. O primeiro do gênero a ser publicado no Brasil foi “Belo Desastre”, da escritora americana Jamie McGuire (e que já está na minha lista de próximas compras).

"Poesia, amor e tragédia" é a promessa (cumprida!) deste livro. “Métrica” retrata a história de uma jovem de 18 anos chamada Layken (Lake) que há seis meses perdeu o pai e que se muda do Texas para Ypsilanti, no Michigan, junto com sua mãe Julia e seu irmão de 09 anos, Kel. Portanto, a história se inicia quando a nossa heroína está passando por esse turbilhão de emoções, tendo que suportar a perda do pai e, ao mesmo tempo, deixando sua cidade natal, junto com sua história, sua escola e seus amigos.

Ocorre que, logo ao chegar em seu novo lar, Lake conhece seu vizinho Will e os dois acabam se apaixonando um pelo outro. Will também passou por grandes perdas, assim como Lake, o que faz com que os dois consigam entender o que se passa com o outro. Ao mesmo tempo, o irmão de Lake, Kel, se torna melhor amigo do irmão mais novo de Will, Caulder.

Não demora muito para os dois saberem que a paixão entre eles é proibida, o que acaba se tornando um martírio... Mas, no meio da trama, Lake passa a vivenciar outro drama em sua vida o que faz com que os dois acabem se aproximando novamente.

A história é meio piegas, achei muito “o-mesmo-romance-de-sempre”, com um amor proibido que faz com que o casal passe por grandes provações para no final ficarem juntos e "felizes-para-sempre"... E em algumas partes dá uma espécie de raiva da protagonista principal, pelo jeito como ela lida com os problemas ao seu redor, pela sua imaturidade em lidar com a vida...

No entanto (e felizmente!) o livro apresenta algo a mais e creio que por isso tem feito tanto sucesso. No primeiro encontro entre o casal, Will leva Lake para uma competição de poesia chamada “slam”. O “slam” é uma espécie de competição onde as pessoas recitam poesias de um jeito performático, expondo a sua alma. No “slam” pouco importa a qualidade técnica das poesias, o que mais importa é sua emoção. Daí decorre o nome do livro: “Slammed”, em inglês, e “Métrica”, em português. Muitas emoções no livro são expressas através de poesia, o que acaba se tornando o diferencial do livro e faz com que fiquemos emocionados em muitas partes.

Além dos personagens Will, Lake, Coulder e Kel, o livro conta com a presença de Eddie, a melhor amiga de Laken, que nos mostra que sempre é momento para recomeçar, e com Julia, a mãe de Lake, que nos demonstra um amor incondicional pelos filhos, coragem e uma vontade de viver contagiante.

Sinopse:
O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor.

Um detalhe interessante é que o casal da história é fã da banda The Avett Brothers, sendo que cada capítulo se inicia com um trecho de uma música da banda e esse banda existe de verdade!

ISBN: 978-85-01-40186-1 Editora: Record Páginas: 299 Nota: 4/5

O livro tem uma linguagem super simples e envolvente, em um dia eu o li porque não queria mais parar de ler!

Acho que a história poderia acabar por aqui, mas "Métrica" é o primeiro livro de uma trilogia que ainda conta com:

- Pausa (2012)
- This Girl (não sei se já estreou no Brasil)

Capa da versão americana

"Às vezes, a vida fica no meio do caminho.
Fica totalmente no meio do seu maldito caminho.
Mas ela não fica totalmente no meio do seu maldito
caminho por querer que você desista e deixe que assuma o
controle. A vida não fica totalmente no meio do seu
maldito caminho só porque quer que você deixe tudo nas
mãos dela e seja levado por ela.
A vida quer que você lute.
Que aprenda a fazer uma vida sua."

19/04/2014

"O Mundo de Sofia", de Jostein Gaarder

Passei quase dois meses lendo esse livro e tive várias impressões dele durante esse tempo. Se você é o tipo de pessoa que não gosta de filosofia ou que até gosta de filosofia, mas não gosta de livros densos (não quanto à quantidade de páginas, mas quanto à qualidade de informações), então, nem leia “O Mundo de Sofia”. Sério, quando chegar no terceiro capítulo você vai querer se matar (acho que exagerei... Na verdade, você não vai mais querer ler o livro e só isso).

Por outro lado, se você busca um livro recheado de conteúdo filosófico com uma história surpreendente e não se importa em ler histórias densas, então, posso dizer que este é o livro certo para você.

Capa antiga do livro
Bom, posso dizer que li este livro no momento certo, porque, além de realmente querer lê-lo eu estava necessitando de uma base filosófica, mesmo que superficial. Em 2005 peguei esse livro emprestado com uma amiga e não conseguia passar do quarto capítulo. Ano passado resolvi devolvê-lo, mas, mais por vergonha mesmo de estar tanto tempo com o livro dela e nem sequer ter coragem de pegá-lo para ler todo (e, claro, ela nem se lembrava mais que esse livro estava comigo...). Devido à minha necessidade de momento, comprei um exemplar e li o mesmo nos últimos dois meses.

Minhas impressões? Como disse anteriormente, foram as mais variadas. Houve momentos em que eu me deliciava com a história e outras em que a história estava tão entediante, que queria desistir de ler... Em outros, eu lia os textos filosóficos duas, três vezes, para poder assimilar bem seu conteúdo, já outros textos passei bem rápido ou porque eram chatos ou porque conseguia assimilá-los logo na primeira leitura. E aí, quando a gente chega na metade do livro e a história dá uma reviravolta... Minha empolgação voltou e eu simplesmente devorei o livro da sua metade até o final.

O livro conta a história de uma menina chamada Sofia Amundsen que está prestes a completar quinze anos e passa a receber cartas anônimas de um curso de filosofia de um filósofo chamado Alberto Knox. No entanto, além do curso, ela recebe também cartões postais do Líbano, endereçados a uma menina chamada Hilde Moller Knag, do seu pai Albert Knag. Sofia passa a não entender o que está acontecendo, pois não conhece nenhuma menina chamada Hilde, muito menos um major Albert. Ainda sim, aos poucos, ela começa a aprofundar o seu conhecimento de filosofia, com o curso que Alberto Knox leciona para ela, seja através de cartas ou através de conversas devidamente ambientadas ao contexto.

Sobre o conteúdo filosófico em si, o mesmo nos dá uma noção geral sobre o pensamento dos filósofos mais importante da história. Desde os filósofos da natureza, passando por Sócrates, Platão e Aristóteles, chegando à Idade Média com os ensinamentos de Santo Agostinho, entrando no período da Renascença, do Romantismo, até chegar aos principais filósofos modernos, como Marx, Hegel, Darwin e Freud, o livro apresenta uma visão geral sobre a história da filosofia. Mas, claro, o livro é um romance e não pretende ser um curso aprofundado de filosofia. Creio que a principal intenção de Jostein Gaarden foi despertar o interesse filosófico de muitos jovens e adultos e dar-lhes uma base importante para poderem se aprofundar depois, caso tenham interesse.

Na metade do livro, a história dá uma reviravolta e passa a acontecer em dois planos. E foi essa parte que achei interessantíssima e muito inteligente da parte do escritor. Não vou contar mais detalhes, pois quero que outras pessoas se surpreendam com a história, mas não posso deixar de falar que um novo livro começa a partir dessa mudança.

A história se passa na Noruega e também revela detalhes interessantes sobre a cultura norueguesa. Os principais personagens do livro são: Sofia Amundsen, Alberto Knox, Hilde Moller Knag e Albert Knag. Além desses quatro, o livro conta com a presença singular da amiga da Sofia, a Jorrun, e da mãe de Sofia, Helene Amundsen.

ISBN: 978-85-359-2189-2 Editora: Companhia das Letras Páginas: 566 Nota: 4/5
A sinopse:
Cartas anônimas começam a chegar à caixa de correio da menina Sofia. Elas trazem perguntas sobre a existência e o entendimento da realidade. Por meio de um thriller emocionante, Gaarder conta a história da filosofia, dos pré-socráticos aos pós-modernos, de maneira acessível a todas as idades.
Achei o livro surpreendente, apesar de algumas partes serem entediantes. O final não me agradou muito, mas pode-se dizer que é um pouco interessante e totalmente inesperado. Creio que, se o objetivo do Gaarden tenha sido passar a história da filosofia ocidental para um público que não tem muito contato com o estudo da filosofia e até despertar um pouco o interesse da matéria junto a esse público, creio que ele conseguiu.


Boa leitura! ;-*

18/04/2014

"A Culpa é das Estrelas", de John Green

Os inúmeros comentários bons e ruins sobre esse livro despertaram o meu interesse nele. Antes desse livro, eu não conhecia o escritor John Green. Desculpe-me se isso soa meio ignorante, mas, de fato, eu não o conhecia. E, imagino que, antes do boom desse livro, boa parte do mundo também não o conhecesse (tanto é verdade que agora os livros dele estão em praticamente todos os destaques das principais livrarias e ele é um dos escritores da moda). Mas, confesso que tive uma surpresa boa ao me deparar com o seu estilo de escrita.



Portanto, como o mundo fala desse livro e como estamos às vésperas do lançamento do filme baseado nesse livro, eu tinha que lê-lo. E li. E gostei. Mas, não foi aquela coisa “Ohhh, meu Deus, que livro MARAVILHOSO!!”... Não. Apenas gostei e, posso dizer apenas que gostei muito. Mas, claro, fazia muito tempo que não lia romances, então, não sou uma expert nesse gênero. Li apenas com os olhos de uma pessoa que anseia por uma boa história que me emocione. E como emocionou...

“A Culpa é das Estrelas” conta a história de Hazel Grace e Augustus Waters, mais precisamente a história de amor dos dois. Mas, não uma história de amor comum... Hazel Grace é uma menina de 16 anos que foi diagnosticada com câncer de tireóide e pulmonar e Augustus Waters é um garoto de 17 anos que possui esteossarcoma e uma de suas pernas fora amputada. Os dois se conhecem numa reunião do Grupo de Apoio e acabam se aproximando e se apaixonando um pelo outro. Uma relação linda, não fosse pelo fato dos dois serem uma bomba relógio que a qualquer momento pode explodir. E ele explodiu primeiro.

O livro apresenta uma abordagem interessante sobre a morte, no sentido de que, quando você é diagnosticado com um câncer, principalmente quando o tumor está em um estágio avançado, a morte passar a ser algo inevitável e próximo. Claro que ela é inevitável para todos nós, mas quando gozamos de boa saúde, pensamos sempre na morte como algo distante. Mas, no livro, ela é sempre tratada como algo muito próximo, como se houvesse uma contagem regressiva, como se a vida fosse acabar a qualquer momento. Nesse quadro, o escritor retrata a vida dos dois como um casulo, onde os mesmos são afastados da convivência social, dos amigos, vivendo com uma família que vive para eles. Para compensar, o autor presenteia os personagens com uma relação linda e uma história de amor emocionante. Os dois se entregaram um ao outro incondicionalmente. Os dois dedicaram um pouco do resto de suas vidas ao outro. Por isso, esse livro é envolvente e nos emociona a cada capítulo.

Green teve um cuidado especial ao abordar a vida de uma pessoa com câncer. Longe de colocá-los como “coitadinhos”, ele os tratou como pessoas normais que, claro, possuem um tratamento com sua saúde especial, uma hora ou outra “visitam” a UTI de algum hospital, mas que também amam, se divertem, são “cabeça-dura”, possuem sonhos e lutam pela vida, pela sua vida.

Sinopse: 
“Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante – o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos –, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas. Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, “A Culpa é das Estrelas” é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.”
O livro é contado em primeira pessoa pela Hazel Grace e os personagens principais são: Hazel Grace, Augustus Waters, Isaac e os pais da Hazel e do Augustus. A linguagem é bem jovial e o livro é muito leve, dar para lê-lo bem rápido.

ISBN: 978-85-8057-226-1 Editora: Intrínseca Páginas: 288 Nota: 5/5

Importante relatar, ainda, que Green se baseou numa história de Esther Grace Earl, uma menina que possuía câncer e faleceu aos 16 anos de idade. Existe até um livro contando a sua história chamado “Esta Estrela não se Apagará”.

É meio piegas o que vou falar, mas consegui aprender muito com o livro e tirei dele várias lições.

“Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir nesse mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo.” (Augustus Waters).
“Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de quem costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais números do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais números para o Augustus Waters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e eu sou muito grata por isso.” (Hazel Grace).

Boa leitura! ;-*
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