09/01/2016

Lendo Tolstoi #1: Guerra e Paz

Olá lindezas!

Como informei na primeira postagem desse ano, estou participando do projeto organizado pela Tatiana Feltrin de leituras dos livros de Liev Tolstoi. Ela denominou de "Lendo Guerra e Paz", mas como o projeto não se acabará com a leitura desse livro, preferi denominar de "Lendo Tolstoi".



Infelizmente, eu não tive muito tempo de escrever no blog uma introdução do projeto, como seria o ideal, mas vamos lá... :) A ideia é que leiamos 150 páginas do livro por semana, de tal forma que na primeira semana a leitura seria até a página 157 do livro da Cosac Naify (Capítulo XVII, da Primeira Parte do Tomo 1). Na versão da Cosac, o livro é dividido em 4 Tomos e possui 2.528 páginas (já já eu explico o porquê da menção "na versão da Cosac").

Bom, inicialmente quero informar que estou uma semana atrasada no projeto e quero explicar o que aconteceu. Eu comprei o livro "Guerra e Paz", da editora Cosac Naify pela Amazon, no entanto, na época não estava disponível e o livro demorou para chegar na minha casa. Dessa forma, eu adquiri o e-book também pela Amazon para não me atrasar na leitura e confesso que foi uma das piores coisas que eu fiz.

O e-book que eu adquiri é da Editora Centaur e a tradução foi feita por Garibaldi Falcão. Eu li no e-book até o capítulo XVII, seguindo o cronograma do projeto, no entanto, quando fui olhar no livro, a diferença entre os capítulos e entre o próprio livro era imensa! Para vocês terem uma ideia, a parte que acaba no capítulo XVII do livro da Cosac vai acabar no capítulo XXI do livro da Centaur. E as diferenças não acabam por aí... O livro da Centaur contém apenas 03 tomos e eu não sei, realmente, o que fizeram com o último tomo. Porém, ao observamos a quantidade de partes, verificamos que na Centaur possui 17 e um Epílogo, enquanto a Cosac possui 15 partes e 2 Epílogos.

Fora essa questão "estrutural", que me fez ficar perdida, há também diferenças gritantes quanto a tradução das duas edições. Desde já eu informo que eu não sou especialista em traduções, principalmente em se tratando de russo, então a minha opinião aqui é expressa apenas como leitora.

O "Guerra e Paz" da Editora Centaur foi traduzido por um português chamado José Garibaldi Viegas Falcão, já falecido em 1944. Pesquisando no Google, vi comentários de que ele é famoso por traduzir grandes obras, como Victor Hugo e Tolstoi. Ele traduziu o texto para o português de Portugal e, ao que me parece, essa tradução não é direta do russo, mas sim do francês (mas, aqui, é só uma impressão que tive, gente, se alguém tiver alguma informação em contrário, favor, colocar aqui). Ainda sim, ele traduziu os nomes das personagens da obra (o que eu não acho legal...) e traduziu as expressões em francês.

Por outro lado, o "Guerra e Paz" da Editora Cosac Naify foi traduzido por Rubens Figueiredo, diretamente do russo. Ele já havia traduzido "Anna Kariênina" e, devido ao "sucesso" daquela tradução, foi convidado para traduzir essa obra também. Abaixo, o Rubens fala um pouco sobre a sua experiência em traduzir esse livro:



Como eu disse, eu não sou especialista em traduções, principalmente quando se trata de traduzir uma obra russa. Mas, falando enquanto leitora, é latente a diferença entre as duas obras e, principalmente, o quanto a edição da Cosac Naify se sobressaí em relação a outra editora. Desta feita, tive que voltar a leitura desde o início da edição da Cosac, motivo pelo qual me atrasei um pouco.

Então, depois dessa "introdução", vamos ao que interessa... :)

# "Guerra e Paz": Até a página 157 (Capítulo XVII, da Primeira Parte do Tomo 1 - Cosac Naify)



Logo nos primeiros capítulos, percebemos que "Guerra e Paz" não é um livro com um ou dois personagens principais, mais vários. Aliás, até ousaria dizer que a personagem principal do enredo é a Rússia do início do século XX. Como nos informa Rubens Figueiredo na apresentação do livro "os personagens são encarados não só no plano pessoal e familiar, mas também em função da maneira como viam Napoleão e a posição da Rússia no mundo".

A história se inicia em julho de 1805 (antes da famosa batalha de Austerlitz) e nos mostra uma sociedade altamente dividida entre os russos e os franceses. Napoleão já possuía um certo domínio sobre a Rússia e a influência do francês já era tanta sobre os russos, que se misturava na própria linguagem. Aliás, o livro apresenta a tradução do russo, no entanto, as parte em francês são mantidas pelo tradutor, porém, como o Rubens Figueiredo é muito bacanudo, ele traduziu as partes em francês nas notas de rodapé e a vida fica muito mais fácil pra gente. <3 Na tradução do Garibaldi Falcão, ele traduziu tanto o russo quanto o francês.

Inicialmente, presenciamos uma reunião em Petersburgo, na casa de Anna Pávlovna Scherer, uma dama de honra, solteira e favorita da imperatriz Maria Fiódorovna. Para essa reunião, ela convida pessoas da alta sociedade petersburguesa e já percebemos a posição de alguns personagens sobre Napoleão. Aliás, achei super engraçada a parte em que a Anna Pávlovna fica meio que de olho no Pierre, com medo de que ele falasse alguma inconveniência ou fizesse alguma besteira.

Na verdade, o personagem que mais me encantou e que eu achei bem engraçado é o Pierre. Ele é descrito como um jovem gordo, meio desajeitado, filho bastardo (e preferido) do conde Bezúkhov, mas que apronta tudo o que ele pode, e o que é mais engraçado nele é esse jeito meio desajeitado, de não saber se comportar em certas situações formais, principalmente diante da alta sociedade.

Outra personagem que me encantou foi a princesa Anna Mikháilovna Drubetskaia, por sua força em ir atrás de tudo o que ela quer.

Nessas 150 primeiras páginas também conhecemos o núcleo de Moscou, na festa na casa dos Rostóv. Tanto a matriarca dessa família quanto sua filha caçula, as duas chamadas Natália, fazem aniversário nesse dia. Na verdade, o tradutor explicou esse ponto numa nota de rodapé informando o seguinte: "Os russos recebiam o nome de um santo, e o dia desse santo, no calendário da Igreja Ortodoxa, era comemorado como o aniversário da pessoa. Chama-se santo onomástico".

Essa primeira parte foi basicamente para nos familiarizarmos com as personagens e famílias, tanto no núcleo de Petersburgo, quanto de Moscou. Enfim, percebemos que esse livro não retrata apenas os homens que vão para a guerra, mas tem a presença também de mulheres fortes. O livro é muito gostoso de se ler, mas acho que sou um pouco suspeita para falar nisso, porque sempre gostei da literatura russa justamente por sua linguagem.

Um beijo e até mais! ;*

Um comentário:

  1. Oi.
    Tens informação sobre onde posso encontrar esta versão ou se alguém do Projeto Lendo Guerra e Paz se dispõe a vende-lo? Não acho em nenhum lugar.
    Obrigado.
    Marne

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