28/06/2015

"Bridget Jones: Louca pelo Garoto", de Helen Fielding

Editora: Companhia das Letras
Páginas: 434
Tradução: Ana Ban, Julia Romeu
e Renato Prelorentzou
1. Estava me perguntando, antes de escrever aqui no blog, porque eu demorei TANTO para ler esse livro se já tenho ele há alguns meses na minha estante. Hahaha!

2. Quatorze anos após "Bridget Jones: No Limite da Razão", Helen Fielding nos surpreende com "Bridget Jones: Louca pelo Garoto". Aliás, por que demorou tanto Helen Fielding?

3. Gente, pra mim, Bridget Jones é uma das personagens mais queridas e engraçadas da literatura. Ela tem uma facilidade de se atrapalhar, de fazer confusão com tudo e de falar coisas inapropriadas ao momento que fica até difícil não se identificar com ela. Como sempre, dei várias gargalhadas com a nossa heroína londrina, porém me emocionei demais. Isso porque, além da tradicional comédia, Helen nos apresenta no início do livro um fato muito triste que é o pontapé inicial desse atual enredo. E me desculpe, mas aqui vaí ter spoiler do livro, então, caso você não queira saber, não leia (na verdade, nem sei realmente se ainda é spoiler, porque quase todo mundo já sabe, mesmo quem não leu).

4. Pois bem, logo no início do livro sabemos que Mark Darcy e Bridget Jones se casaram e tiveram dois filhos (Billy e Mabel). No entanto, Mark morre em 2008, quatro anos antes do início da história. Pra quem é fã mesmo da série e torceu pelo casal nos livros anteriores, como eu, isso foi bem triste. E a gente se pergunta "por que raios Helen Fielding matou o Sr. Darcy?". Mas, por outro lado, a razão de ser desse livro vem justamente do fato de que agora Bridget está solteira novamente, ainda arrasada com a morte do marido, com seus 50 anos, mãe de duas crianças lindas e numa situação financeira confortável. 

5. E o que esperar de uma mulher nos seus 50 anos? Eu não gosto muito de definir padrões, mas a gente espera, minimamente, uma mulher mais centrada. No entanto, esse não é o caso da nossa heroína, senão não estaríamos falando de Bridget Jones. Pouca coisa mudou da Bridget de 30 anos, ela continua atrapalhada, lutando contra a balança e contra os sinais da idade em seu corpo, tendo que lidar com as novas tecnologias e redes sociais  (muito hilário a sua "relação" com o Twitter e seu desespero em conseguir novos seguidores: "não consigo entender como colocar uma foto. Tem só um ovo vazio. Tudo bem! Pode ser uma foto minha antes do nascimento"), trabalhando numa adaptação de um roteiro*, revivendo as regras do namoro e tentando ser uma pessoa zen.

6. Por outro lado, percebemos uma Bridget que, apesar de atrapalhada e quase sempre atrasada, tem muita responsabilidade sobre seus filhos e os ama incondicionalmente. As cenas de afeto entre eles me emocionaram muito e a filhinha dela, a Mabel, é muito fofa e engraçada. Já o Billy é o Mark em miniatura.

7. Aqui vemos uma mulher de 50 anos se relacionar com um homem vinte anos mais novo. Achei bem legal esse ponto porque a gente consegue ter uma visão do que ambas as partes visam nesse tipo de relacionamento. E a escritora explora esse ponto de forma até perfeita, na minha concepção, e sem generalizar.

8. Aliás, faço a ressalva de que acho a Helen Fielding uma escritora brilhante. Ela é adepta daquele humor com um fundo de crítica, que me agrada. Dessa forma, mesmo que você nunca tenha lido nada de Bridget Jones, a leitura desse terceiro livro será bem tranquila e acho que você vai gostar muito. Agora, quem já leu os anteriores e gostou, esse é leitura quase obrigatória. 

9. No primeiro e segundo livros é bem marcante a influência que a escritora teve na Jane Austen**, sendo o primeiro um reconto de "Orgulho e Preconceito" é o segundo um reconto de "Persuasão". Nesse terceiro livro não temos tanto essa presença, por mais que a Jane Austen, uma hora ou outra, seja lembrada pela Bridget Jones  (assim como o Dalai Lama!).

10. Antes de escrever aqui, vi várias opiniões de pessoas que leram "Bridget Jones: Louca pelo Garoto" é percebi que muitas não gostaram muito, se comparado aos outros. A mim, e não sei bem o motivo, esse foi de longe o melhor livro da série. Depois me diga o que você achou, pois acho que essa minha opinião é meio isolada... =/ Hahaha! De qualquer forma, todos foram unânimes em reconhecer que esse é um bom livro e que merece ser lido.

11. Pois bem, em relação ao primeiro tópico, na realidade demorei para ler esse livro porque agora eu sorteio os livros que vou ler e esse ainda não tinha tido sorte de ser o escolhido. Ocorre, porém, que depois de ler "Sex and the City" me lembrei muito se Bridget Jones, portanto, resolvi ler logo esse livro. Os dois, de certa forma, abordam temas mais feministas e estou pensando em escrever exatamente sobre o dois e o feminismo... O que vocês acham? 

12. Bom, fica aqui a dica de um excelente livro, que me gerou muitas gargalhadas, mas que também me fez chorar várias vezes.

Boa leitura! ;*

* Bridget está escreve uma adaptação de "Hedda Gabler", uma tragédia de Herik Ibsen, mas que na realidade ela acha que é de Anton Tchekhov. Hahaha! Fiquei muito interessada em ler essa peça, mas só achei os livros em inglês...

** Preciso ler Jane Austen!!! Urgente! Hahaha! 

26/06/2015

"Sex and the City", de Candace Bushnell

Editora: BestBolso
Páginas: 293
Sinopse do livro aqui.

1. Estava em dúvida se escreveria ou não sobre esse livro no blog. Isso porque - e é até esquisito falar isso - não saberia dizer se gostei ou não dele.

2. Nunca assisti à série "Sex and the City", vi apenas o filme. Dessa forma, imaginava o livro um pouco diferente do que ele é, daí a minha dúvida.

3. Candace Bushnell foi modelo e atualmente é jornalista, em Nova York. Por conviver com a alta sociedade e a fama na cidade, Bushnell passou a escrever uma coluna Sex and the City no jornal The New York Observer sobre sexo, que fez tanto sucesso, que virou série no canal de televisão HBO (No Brasil; Multishow).

4. Na série e no filme, temos a perspectiva da história na visão de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), que é uma colunista de um jornal em Nova York, onde relata histórias sobre sexo e relações interpessoais entre o seu meio, que é alta sociedade artística. Além disso, ela conta sempre com suas outras três amigas: Charlotte York (Kristin Daves), Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) e Samantha Jones (Kim Catrall).

5. Mas, no livro essa perspectiva muda um pouco (por isso a minha confusão mental.. Hahaha!). A história é contada pela própria Candace Bushneel e como a mesma relata na Apresentação do livro "Não fazia ideia de como ia me virar para fazer a coluna, mas tinha certeza de que, de alguma forma, falaria de mim e de minhas amigas - um grupo de mulheres solteiras que pareciam, todas, ter passado por uma série infindável de experiências horripilantes com homens (e, às vezes, com os mesmos homens)". Ou seja, percebemos então, que Sex and the City nasceu de histórias reais, mesmo que seus personagens sejam fictícios. Não sei se Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha existem no mundo real, no entanto, elas aparecem no livro também. E sim, o enredo também se passa em Manhattan, Nova York.

6. Na realidade, o livro Sex and the City é uma compilação dos artigos escritos na coluna na escritora. Percebemos isso claramente pela mudança de tema de um capítulo para outro, apesar do mesmo seguir uma linha temporal. Vários temas perpassam pelo livro e todos envolvem sexo, drogas, fama, relacionamentos, filhos, e afins. Alguns me chamaram mais atenção que outros, por exemplo, gostei muito do artigo que fala dos pegadores de modelos, a opinião dos homens sobre o ménage a trois e uma conversa com quatro modelos de até 25 anos. O relacionamento de Carrie e Mr. Big tem um final feliz (para Carrie, claro!) e acompanhar um pouco essa relação entre os dois e o amadurecimento da Carrie foi bem legal, quase uma inspiração para algumas mulheres.

7. Apesar de vários temas, Sex and the City traz uma linha em comum: sobre as mulheres solteiras. As principais personagens são mulheres bem sucedidas em suas carreiras, mas que, no entanto, procuram um relacionamento. "Pela primeira vez ma história de Manhattan, muitas mulheres na faixa de 30 a 40 anos têm tanto dinheiro e poder quanto os homens" (p. 55). Daí nos perguntamos: será por isso que elas estão solteiras? Será que o fato de uma mulher ser bem sucedida na sua carreira assusta tanto os homens? Ou o fato dela ter uma personalidade forte? Acho que são pontos que nos fazem refletir um pouco sobre a ascensão das mulheres no mercado de trabalho e sobre os seus relacionamentos, sendo tal tema um fator comum não só em Nova York, como em todo o mundo. Aliás, o que vocês acharam?

8. De uma forma geral, o livro é bom. No entanto, é totalmente dispensável e nem chega aos pés do filme, que foi o que eu assisti. Imagino que seja da série também. Enfim, sou da opinião que vale mais a pena ver a série ou filme do que ler o livro. É sempre muito complicado esse tipo de comparação, mas acho que no fundo, me decepcionei um pouco com o livro. Esperava mais.

Boa leitura! ;*

25/06/2015

Sobre viver longe

Recomendo a leitura do artigo de Ruth Manus, no Estadão. 

Já vivi isso na minha vida e espero viver daqui a algum tempo. A decisão e o primeiro passo são sempre difíceis. A cama incomoda, a saudade faz com que sintamos um aperto no peito. Além daquele sentimento de culpa que demora para ir embora. 

"O preço é alto. A gente se questiona, a gente se culpa, a gente se angustia. Mas o destino, a vida e o peito às vezes pedem que a gente embarque. Alguns não vão. Mas nós, que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo e de tantas fraquezas. Mas estamos para sempre livres do medo de nunca termos tentado. Keep walking."




23/06/2015

saudade.

Nunca pensei que pudesse o homem sentir tanta saudade.
Dizem que a palavra não existe em nenhum outro idioma
Mas eu conheço o seu significado.

A alma procura a outra
Na velocidade do desatino.
Não há lugar senão para a busca,
Nenhuma satisfação que não seja o encontro.
Nenhum engano possível,
Porque a alma sabe exatamente qual a outra é.
É aquela.

Em tudo maravilha encontrada seria uma
Num eterno abraço.
Porque não cala o trovão na mente?
Porque não seca a lágrima da obsessão?
Porque não cessa essa falta que enfraquece?
Essa dor que apenas cresce,
Porque não fecha o peito ardente.
Demente,
Não vê o abismo presente,
Não ouve o ruído dos passos,
Então cai eternamente.

Não sei se é verdade que de saudade também se morre,
Mas é melhor morrer do que sentir saudade.

(Domingos de Oliveira)

***
Pour mon amour.
Coisa gostosa é sentir saudade de quem se gosta.
Querer estar perto, juntinho, mas sem grude. :)


21/06/2015

Dia Mundial do Yoga

Estou escrevendo esse texto escutando "Se eu quiser falar com Deus", na linda voz de Maria Rita. Essa música, escrita por Gilberto Gil, tem tudo a ver com o meu momento e com o que aqui vou escrever.



Quando as pessoas me perguntam algo sobre o Yoga eu sempre digo que a prática do Yoga transformou a minha vida. Quem convive diretamente comigo e me conhece percebe a diferença (brutal) da Thalita-quando-pratica-Yoga da Thalita-quando-não-pratica-Yoga. 

Tudo começou assim: num momento bem difícil da minha vida, caiu em minhas mãos o livro "Comer Rezar Amar, da Elizabeth Gilbert, e me identifiquei muito com a história. A Elizabeth fala muito de como o Yoga e o Budismo ajudaram a superar seus problemas e fiquei muito interessada. Um ano depois, meu médico disse que eu precisava fazer algum exercício físico "leve", então, com esse "empurrão" comecei a prática da Hatha Yoga em 2013.



Infelizmente, minha prática de 2013 para cá não tem sido linear, por isso eu consigo perceber com clareza a diferença de quando estou praticando ou não. Um dos principais benefícios que o Yoga me traz é a leveza do corpo e da mente, eu me torno uma pessoa mais tranquila e em paz comigo e com os outros. Além disso, quando eu estou no meu tapete, eu sei que aquele momento é só meu, o tapete de torna o meu mundo, onde todo o stress acumulado pelo trabalho e os problemas não entram. São nesses momentos que eu me descubro, me conheço, me escuto. Toda essa experiência possibilitou a descoberta de um Deus que habita dentro de mim.

No começo sentimos dor. Mas com o tempo vamos nos ajustando nas posturas (asanas), o corpo vai respondendo aos estímulos, e tanto a mente quanto o corpo ficam relaxados, fluindo numa só energia. Cada um no seu ritmo, o Yoga respeita a individualidade de cada um. Pantajali, um grande mestre do yoga, observa que "a perfeição num asanas é alcançada quando o esforço para realizá-lo deixa de ser esforço e encontra-se o Ser inferior infinito" (Yoga Sutra II.47).

Hoje é o dia mundial do Yoga e eu queria compartilhar um pouco da minha experiência com vocês. Sou grata à vida por me dar a oportunidade de conhecer e experenciar essa prática milenar. O Yoga é para todos.

"O Yoga é uma luz que, depois de acesa, nunca enfraquecerá. Quanto melhor você praticar, mais forte será a chama" (Iyengar).

Namaste. 

18/06/2015

Vamos falar um pouco sobre a nossa juventude? Com vocês, "Em Janeiro", de Caio Bersot.

Editora: Independente
Páginas: 193
Veja sinopse do livro aqui.

1. Vamos falar um pouco sobre a nossa juventude?

2. Acabei de ler há alguns dias o livro "Em Janeiro", do Caio Bersot. Fiquei muito impressionada com a qualidade da história e o livro nem me pareceu de estréia do Caio. Claro, creio que a escrita pode ser melhorada, mas isso ocorre mesmo com o tempo.O importante é que me deparei com uma história incrível e que me gerou várias reflexões.

3. O primeiro ponto a frisar é que o livro foi escrito por um jovem e que conta a história de jovens. Isso pode não parecer muito importante, mas é: uma pessoa que escreve sobre sua geração, sobre o seu meio, tem muito mais propriedade da narrativa do que alguém de "fora". A narrativa se passa na cidade do Rio de Janeiro, entre o final de 2010 e início de 2011, e tem como protagonista oito jovens amigos. Esses jovens estão nessa fase de final de ensino médio e início de faculdade.

4. Sabemos que quando falamos de juventude, pensamos logo em risos, fantasias, amores consequentes e inconsequentes, brincadeiras, enfim, coisas boas. No entanto, "Em Janeiro" não é um livro "bonitinho" sobre jovens. Ao contrário, é um livro pesado, fala sobre os jovens lidam com as dificuldades da vida. Logo no início do livro, tomamos conhecimento de uma tragédia que afeta, direta ou indiretamente, praticamente todos os protagonistas. Além disso, presenciamos na narrativa família desestruturadas, alcoolismo, descobertas sexuais, sonhos, depressão, prostituição... O que mais me chamou a atenção, sendo muito sincera, nem foi tanto ver como os jovens lidavam com essas situações, mas sim ver como os pais lidavam com tudo aquilo... Enfim, algo trágico. Talvez por terem vivido sua juventude em outra época, muitos pais de hoje têm dificuldade em encarar os desafios dessa nova geração.

5. Já li alguns livros que trabalham um pouco essa linha. O primeiro livro que li (e já reli umas duas vezes) foi "Depois Daquela Viagem", de Valeria Polizzi, que retrata a história da escritora com contraiu o vírus HIV com o seu primeiro namorado e como foi viver numa época em que Aids era sinônimo de morte. Depois li "A Vida por um Fio" que retrata o mundo das drogas e sua difícil recuperação.

6. Fiquei pensando cá comigo sobre a leveza que é ser jovem e o peso de também o sê-lo. Alguns acharão que falo besteira, no entanto, no mundo de hoje, completamente diferente do mundo de 20 anos atrás, ser jovem tem seus perigos. A violência está muito mais próxima, o consumo de drogas também. Além disso, apesar de termos uma quantidade maior de jovens homossexuais, a nossa juventude é bem mais conservadora do que antigamente (essa pesquisa saiu um tempo atrás e fiquei intrigada com esse fato). E de quem é a culpa? Há culpados?

7. Sobre essas e outras questões tenho passado a refletir muito. O livro do Caio contribuiu muito para aumentar a minha reflexão sobre essa nova geração antenada nas redes sociais e que vive muito pouco o mundo real. Ainda sim, a única coisa certa é que a família tem um peso muito grande na formação de cada jovem, mas a impressão que tenho é que esta tem cada vez se desincumbido dessa tarefa.

8. Uma das cenas que mais me comoveu, foi a reflexão que uma das protagonistas, a Maria Luisa fez sobre a morte. "Dizem que a única certeza na vida é a de que todos irão morrer. Mas, por que será que nunca se pode ter certeza das heranças? Todo o mistério não é o que faz da morte o que ela é. As consequências é que são as verdadeiras responsáveis pelo medo da morte. Dor, solidão, e uma infinidade de sentimentos, atuam, como uma sede interminável. Com o tempo, a vida dos herdeiros é comida pelos problemas. As piores sensações vão alimentando-se da alma, e o que um dia fora reluzente, se torna rasgado, abatido, detonado por desejos insaciáveis. Este é o legado da morte: o limbo eterno dos vivos" (p. 82).

9. O livro "Em Janeiro", do Caio Bersot, está sendo distribuído gratuitamente pelo site www.emjaneiro.com.br. Vale a pena a leitura!

14/06/2015

Diário de Leitura #2: 14/06/2015

11:30:
Terminei de ler "Em Janeiro", do Caio Bersot. Gostei muito, um livro pesado, real. Na terça comento no blog.

15:00:
Retornei ao "Sex and the City". Estou achando legal, no entanto, é um livro que prefiro ler aos "poucos", muito cansativo. 

Obs.: entenda, meu "pouco" é acima do padrão, já que consigo ler 300 páginas em um dia, a depender do livro.

21:00:
Adorei o capítulo sobre o casamento com um homem em Manhattan. ♡

Saldo do dia:
Um livro finalizado - Em Janeiro, de Caio Bersot.
Sex and the City: 57 páginas lidas. 

13/06/2015

Diário de Leitura #1: 13/06/2015

Acordei hoje às 6:20 e já comecei a ler "Sex and the City", de Candance Bushnell.

Deixei Zaratustra um pouco de lado. Leitura difícil, não dá para ler no momento, ando sem tempo.

Até o momento tenho gostado do livro da Candance, apesar de imaginá-lo um pouco diferente. Vamos ver no decorrer do dia.

09:00:
Reprise do programa "Direito e Literatura", apresentado por Lenio Streck, na TV Justiça. Hoje o programa foi sobre "soberania" é os livros discutidos foram: Leviatã, As Viagens de Gulliver e Argo. Muito bom!

14:00:
Lendo "Sex and the City". Muito bom os artigos. Estou na pg 101. Gostei especialmente até agora do que fala do perfil das mulheres que nunca se casam e dos solteiros de Manhattan.

19:00:
Voltei a ler "Sex and the City", mas o cachorrinho da vizinha não está deixando. Tadinho...

21:00:
Queria ler mais um pouco, mas "Sex and the City" já estava cansativo. Aproveitei para iniciar "Em Janeiro", do Caio Bersot. O cachorrinho continua chorando.

Saldo do dia:
- Sex and the City: 131 páginas.
- Em Janeiro: 14% lido (ebook)

09/06/2015

"Gabriela, Cravo e Canela", de Jorge Amado

Editora Companhia das Letras
Páginas: 336
Resenha do livro aqui.

1. "Gabriela, Cravo e Canela", publicado em 1958, é o primeiro romance escrito por Jorge Amado após este deixar o partido comunista brasileiro e se isolar politicamente pela esquerda e o primeiro onde ele atenua o conteúdo político, muito presente em seus romances anteriores, talvez devido a essa ruptura política.

2. Jorge Amado nasceu em Itabuna (Bahia), em 1912, no entanto, logo cedo foi para Ilhéus (Bahia), cidade onde passou a infância e aprendeu as primeiras letras. Estudou o secundário em Salvador (Bahia) - cidade que ele chamava de Bahia -, e após, estudou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Foi o quinto ocupante da Cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na sucessão de Otávio Mangabeira, eleito em 1961. Dizem as boas e más línguas que "Gabriela, Cravo e Canela" contribuiu imensamente para que o mesmo fosse eleito para a ABL. De todo modo, o conjunto de sua obra literária nos demonstra o motivo de tal confiança dos acadêmicos.

3. "Gabriela, Cravo e Canela" faz parte da segunda fase do modernismo brasileiro, conhecida também como "Prosa dos 30". Nessa fase, o romance acaba servindo como denúncia para os problemas sociais e políticos nos quais o Brasil enfrentava nas décadas de 1930 e 1940. Os novos realistas ou regionalistas focavam principalmente no povo nordestino, seus problemas com a seca, a migração, a miséria e a baixa (ou melhor, nenhuma) escolaridade. Jorge Amado, assim com Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rachel de Queiros, entre outros enriqueceram essa época com seus romances em prosa.

4. Com esse livro, Jorge Amado inaugura uma nova fase que aborda também as mulheres como centro da narrativa, como mito sexual e como agentes do próprio desejo. Além de "Gabriela, Cravo e Canela", encontramos tal característica em "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1966), "Teresa Batista cansada de guerra" (1972) e "Tieta do Agreste" (1977).

5. A narrativa ocorre em terceira pessoa (narrador onisciente, que tudo sabe e que tudo vê) e se passa em Ilhéus, entre 1925-1926, época dos coronéis e também da riqueza do cacau. O livro se divide em suas partes e, em cada parte, se subdivide em dois capítulos. Podemos perceber que cada capítulo é intitulado com o nome de uma mulher (Ofenísia, Glória, Malvina e Gabriela), mulheres essas malvistas pela sociedade hipócrita ilheense, mas que emanam um poder feminino capaz de enfrentar qualquer um. O que significa que Jorge Amado quis dar destaque à sensualidade dessas mulheres, às suas histórias e ao seu próprio desejo.

6. Ilhéus vive em plena transformação. E acompanhamos o início dessa transformação e o choque entre os antigos e velhos costumes nesse livro. Há quem diga que Jorge Amado exagerou um pouco, no entanto, exagerando ou não, percebemos que sua intenção maior era mostrar o choque da sociedade e sua hipocrisia diante dessas grandes transformações. Um dos principais personagens do enredo, Mundinho Falcão, desembarca em Ilhéus, oriundo do Rio de Janeiro, fugindo de seu grande amor, e junto com ele traz a modernidade e a prosperidade para a cidade. Um de seus principais feitos é a dragagem do antigo porto de Ilhéus, que realmente ocorreu, no entanto, no ano de 1924. Tal obra será o pano de fundo de toda a história e um dos principais motivos de disputa política entre o próprio Mundinho Falcão e o coronel Ramiro Bastos, até então a única personalidade política na cidade.

7. Acompanhamos na narrativa toda a preparação da disputa política que ocorreria em 1926, o voto de cabresto, a violência utilizada, o orgulho dos coronéis, o abuso de poder. No entanto, ao mesmo tempo que vemos essas práticas, percebemos que o progresso na cidade também traz mudanças de concepções políticas. Essa contradição, esse antagonismo, no qual a cidade é espectadora e ao mesmo tempo parte, é muito interessante. 

8. Não obstante, "Gabriela, Cravo e Canela" é também - e, principalmente - , uma história de amor. Amor entre o sírio Nacib e a formosa Gabriela. Gabriela, que acaba trabalhando na casa do seu Nacib, se mostra não apenas uma excelente cozinheira de comida nordestina e apimentada, mas também sedutora e inocente. De espírito livre e rústico, Gabriela encanta todos os homens da cidade e desperta o ciúme de seu Nacib. Este se decide casar com Gabriela, no entanto, vemos que nem todas as flores foram feitas para viverem nos vasos, como o próprio amigo de seu Nacib, João Fulgêncio, aconselhou ao amigo. O casamento acaba, mas o amor e desejo entre os dois, não. Gabriela está alheia a todas as convenções sociais, sendo apenas uma cozinheira, não se interessando pelas formalidades sociais e nem pelos sapatos apertados que é obrigada a usar. Uma curiosidade interessante: Gabriela foi inspirada numa pessoa, a cozinheira Maria de Lourdes do Carmo, esposa do libanês Emilio Maron, que também tinha um "Bar Vesúvio". Mas o próprio libanês chegou a declarar que sua mulher foi vítima de uma injustiça, pois ela não poderia ter sido modelo para a mulata, pois "Maria de Lourdes tinha um comportamento honrado, enquanto Gabriela...".

"Quando ela ri, seu Tonico, até tonteia a gente" (Chico Moleza)
9. Ao mesmo tempo, e apesar do livro apresentar essas duas vertentes (progresso de Ilhéus e amor entre Nacib e Gabriela), acompanhamos histórias paralelas que, direta e indiretamente, são fruto direto do choque entre o passado e o novo. Vemos Sinhazinha e Dr. Osmundo serem mortos pelo coronel Jesuíno Mendonça, que os flagrou no ato da traição. Toda a sociedade o apoiando, pois "mulher que traí merece morrer", mas pelas costas, sentindo pena do destino da coitada da Sinhazinha, que sofria nas mãos do marido. Reflexo do machismo da sociedade e da própria hipocrisia decorrente desse machismo. O final do livro é espetacular, pois mostra a transformação da sociedade e como esses preconceitos vão sendo deixados de lado pela modernidade.

10. "Gabriela, Cravo e Canela" é o livro de Jorge Amado com maior número de traduções, fazendo dele o escritor brasileiro mais conhecido no mundo, depois de Paulo Coelho. Aliás, com esse livro, o escritor no Brasil recebeu o prêmio Machado de Assis e Jabuti, além de ter sido adaptado para o cinema e televisão inúmeras vezes, passando por vários países.

11. Para quem é fã da produção nacional, esse livro é obra obrigatória. A leitura é fácil e apesar de algumas palavras fugirem do nosso cotidiano, foi fácil entender o contexto Não é à toa que está na lista dos "100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira", da Revista Bravo. Sinceramente, nunca tinha lido nenhuma obra dele. Por preconceito e por falta de oportunidade. Engraçado - e triste! - o preconceito que alguns de nós, brasileiros, temos com a própria produção nacional. Mas é isso, que bom que mudei totalmente de opinião sobre Jorge Amado! Hahaha!

E você, o que achou?

Beijos e boa leitura! ;*

06/06/2015

Tag: 05 Livros para Reler


Fui marcada pela @liecurti no Instagram na tag #05livrosparareler. Compartilhei lá no Instagram (@thalitalindoso) os livros que adorei ler e que, com certeza, irei reler. Agora compartilho aqui com vocês e vou falar um pouco sobre cada livro e o porquê dele ter me marcado muito.

1) "Comer Rezar Amar", de Elizabeth Gilbert

Acho que esse livro caiu em minhas mãos no momento certo da minha vida. Aliás, foi através desse livro que passei a me interessar pela meditação e yoga. É um livro autobiográfico e conta a jornada que a Elizabeth passou ao redor do mundo em busca da sua recuperação pessoal. Ela resolveu viajar durante um ano por três países (Itália, Índia e Indonésia) e cada verbo do título do livro descreve cada país por onde ela passou. 

Achei a história interessantíssima e aprendi muito com a Liz. Ao mesmo tempo que a protagonista fazia sua jornada pelo mundo eu também fiz a minha jornada pessoal, em busca do meu próprio eu. Aliás, interessante observarmos os países pelos quais a Elizabeth passou, todos começam com "i", que em inglês significa "eu". É exatamente isso o objetivo de toda a jornada de Gilbert, a busca pelo seu eu.

Muitas pessoas odiaram o filme. No cinema, Elizabeth Gilbert é interpretada por Julia Roberts. Na minha opinião, o filme não é ruim. Porém, o livro é infinitamente melhor, mais rico. Vale muito à pena a leitura!

2) "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoievski

Esse livro foi o primeiro livro da literatura russa que li. O livro narra a história de Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem estudante que comete o assassinato de uma pobre velhinha e que tem uma crise existencial após o delito.

Apesar dos nomes russos bem complicado, achei a história bem tranquila de se ler e adorei o estilo de Dostoievski. Após esse livro, ele tornou-se um dos meus escritores preferidos e adquiri alguns outros livros dele, uns que já li e outros que ainda irei ler. Esse livro está no meu desafio literário "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial" e, provavelmente, irei reler o mesmo em breve.

3) Coleção "Harry Potter", de J. K. Rowling

Acho que Harry Potter marcou uma geração. Sinceramente, é a melhor ficção juvenil que já li em minha vida e os filmes lançados vieram complementar a nossa fantasia. Quem nunca leu Harry Potter, por favor, leia! Além disso, acho que Harry Potter abriu o mercado editorial para outras literaturas infanto-juvenis, como Percy Jackson. Enfim, uma coleção completa, que aguça a nossa imaginação e que nos emociona.

Recentemente, estava em dúvida se vendia ou não a minha coleção de Harry Potter. Tenho um amor muito grande por esses livros, por isso, resolvi deixá-los para releitura. Estou doida para reler a história novamente, pois quando comecei, tinha uns 15 anos, ou seja, já tem algum tempo.

4) "Vida Organizada", de Thais Godinho

Sou muito fã da Thais Godinho. Já falei isso várias vezes aqui no blog. O blog dela Vida Organizada é uma fonte de inspiração para mim, seja como pessoa ou como blogueira. Quando o livro dela foi lançado e chegou nas livrarias daqui do Maranhão, comprei na hora! Fiquei muito feliz e passei a devorar o livro.

"Vida Organizada" é um manual de organização da vida. Alguns métodos já tenho implementado na minha vida, mas outros ainda irei implementar. É o tipo de livro que temos que carregar para sempre conosco. Na verdade, tenho a opinião de que cada pessoa usa o método que for melhor para você. No entanto, a Thais é muito feliz, porque ela dá um norte, um primeiro passo de como começar. Claro, que acompanha o seu blog não viu muita novidade no livro. No entanto, ele acaba por se tornar essencial, pois com ele achamos seus conselhos de uma forma mais rápida e organizada.

Leia, vale muito a pena essa leitura!

5) "Persépolis", de Marjane Satrapi

Esse livro é grandioso! Trata da própria história da iraniana Marjane contada em quadrinhos. De forma muito muito resumida, o livro trata das mudanças políticas e sociais do Irã e como isso afetava a alma revolucionária e a vida da nossa escritora. Após esse livro, complementei meus conhecimentos sobre a revolução do Irã com um livro histórico que tratava da própria revolução e fiquei fascinada.

Enfim, estou com muita vontade de reler esse livro e já o coloquei na minha lista de releituras! 

E quais são os cinco livros que você gostaria de reler?

Boa leitura! ;*


02/06/2015

[Editorial] Dedique-se e Ame

All we need is love
Adoro o mês de junho. Além das tradicionais festas juninas e de suas comidas típicas, o mês de junho me dá aquela sensação que metade do ano já se passou e outra metade ainda está por vir. Momento de olhar para trás, analisar projetos, ver o que foi feito e o que falta ser concluído ainda este ano. Além disso, é o mês do amor. E, no meu ver, não só do amor ao companheiro(a), mas também amor ao próximo, amor pela vida, amor pelo que fazemos. Falta tanto isso em nós, o mundo anda tão violento... enfim, que tal refletirmos nesse momento no que sentimos pelo próximo e se amamos o que fazemos?

Para mim, esse mês de junho também será o mês onde irei me dedicar principalmente aos estudos, pois é o último mês que tenho para finalizar alguns projetos de pesquisa.

Maio foi um mês onde consegui organizar, minimamente, minha vida e minhas finança e espero continuar nesse ritmo. Se tudo continuar caminhando do jeito que está e se a forma como estou me organizando der certo para mim, pretendo compartilhar com vocês em julho a minha organização. Aliás, as reflexões que fiz no final de abril e início de maio foram essenciais para começar esse mês mais tranquila, encaminhando meus projetos pessoais e feliz comigo mesma. Parar, respirar, refletir e seguir adiante é primordial para todo ser humano.

Provavelmente - e infelizmente! - estarei diminuindo o ritmo das minhas leituras em junho. Devido à isso, espero poder compartilhar minha opinião sobre alguns livros lidos meses atrás, que merecem uma opinião, mas que ainda não tive tempo de escrevê-la. Mas, como disse, apenas espero, pois não sei se vou conseguir, já que a prioridade mesmo é me dedicar aos estudos.

Li ontem o editorial do blog Vida Organizada e me senti muito inspirada. Aliás, está em total sintonia com o que eu sinto neste momento. Por isso, por estar em busca do que eu amo, estou me dedicando tanto nesse momento às novas oportunidades que a vida está me oferecendo. "Porque descobrir aquilo que você ama pode mudar sua vida e a de outras pessoas" (Thais Godinho).

Por isso, ame e dedique-se!
Um ótimo mês de junho para tod@s nós!
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