26/01/2016

"A Sangue Frio", de Truman Capote

Editora Companhia das Letras
Tradução: Sergio Flaksman
Nota: 4/5

Sinopse do livro aqui.

Olá pessoas queridas! Tudo bem com vocês? Então, vamos conversar um pouco sobre um dos grandes livros do Truman Capote, "A Sangue Frio". Esse livro está em dois desafios que estou participando, o "30 Livros para Ler Antes dos 30" e "12 Livros para 2016".

Eu fiquei muito interessada na história depois de ver um comentário em um vídeo da Tatiana Feltrin e, principalmente, após ver o filme "Capote", no qual o incrível Philip Seymour Hoffman fez o papel do Truman Capote e ganhou, dentre outros prêmios pelo papel, o Oscar de melhor ator.

Inicialmente, importante destacar que o livro faz parte de uma espécie de gênero literário chamado "Jornalismo Literário", no qual, apesar de não ser o primeiro a escrever esse gênero, Truman Capote é o seu maior expoente. Para compreender melhor o jornalismo literário, essa matéria aqui é bem interessante. Então, vamos dizer que a estrutura é um pouco diferente dos livros de ficção que estamos acostumados a ler, se assemelhando muito com os gêneros de não ficção (sim, que é o que realmente esse livro é).

Pois bem, Truman Capote, já um escritor conhecido e influente, em novembro de 1959, toma conhecimento, através de uma notícia de jornal, do assassinato brutal de uma família de quatro pessoas, na pequena cidade de Holcomb, no Kansas, Estados Unidos. A partir dessa notícia, ele vai à cidade tomar conhecimento dos fatos e começa a colher materiais que resultaram nesse brilhante livro.

A família assassinada são os Clutter, uma família muito prospera e também muito querida na cidade. Aliás, a cidade Holcomb me pareceu uma cidade pequena, onde todos se conhecem (ao menos de vista) e também muito tranquila e muito familiar. O que tornou o crime mais bárbaro ainda. A cidade era tão tranquila que, no primeiro capítulo da narração, o escritor vai nos informar que os Clutter dormiam com as portas abertas, tal era a segurança e tranquilidade da localidade.

Família Clutter assassinada
No primeiro capítulo, já ficamos sabendo quem são os assassinos (Perry e Dick) e a descrição do dia antes da morte da família (14 de novembro de 1959), tanto uma descrição detalhada do que a família fez e com quem estiveram, como um relato da preparação dos assassinos para o crime. Os outros capítulos são dedicados à descoberta da família morta, o impacto que tal notícia teve na cidade, as investigações, a descoberta dos assassinos, bem como o seu julgamento e a morte dos mesmos.

Quando da publicação da história (inicialmente em um jornal e, após, condensada em um livro), ocorreram muitas polêmicas em torno da mesma. Primeiramente, pelos personagens alegarem não terem dito aquilo que necessariamente estava escrito. Capote usava uma técnica na qual ele não precisava utilizar o gravador quando ia conversar com uma pessoa, mas apenas memorizava aquilo que a pessoa falava. Ele alegava que o gravador acabava intimidando a pessoa e não fazendo com que ela expressasse tudo aquilo que ela gostaria. Porém, o perigo dessa técnica é que o escritor não descreve em sua narrativa aquilo exatamente que o personagem falou, mas a intenção de sua fala, aquilo que ele gostaria de transmitir e, isso, gerou um certo desconforto entre as pessoas que de certa foram participaram do livro como personagens. Essa é uma grande característica do Jornalismo Literário. Outro ponto de forte polêmica foi o fato de algumas pessoas falarem que Truman Capote se envolveu de forma demasiada com um dos assassinos, Perry Smith. Na verdade, podemos perceber isso claramente na própria narrativa, onde o escritor humaniza demais o próprio Perry. Dizem as boas e más línguas que Truman Capote, apesar de ser convidado, não teve condições de assistir à morte de Perry Smith, mas apenas a de Dick.

Os assassinos: Dick e Perry
De forma geral, o livro é excelente! E o mais impressionante é que a história de fato ocorreu. Não sei vocês, mas todas as vezes que eu leio uma história de não-ficção eu fico impressionada por aquilo ter ocorrido na vida real. No entanto, achei meio tediosa umas partes do livro, motivo pelo qual esse não é um dos meus favoritos da vida. Acho que até vale uma releitura, mais para a frente desse livro, porque ele merece uma segunda chance, pois boa parte da minha "decepção" se deve ao fato de ter criado muita expectativa sobre o mesmo.

Para complementar a leitura, vale muito muito a pena assistir ao filme "Capote", porque teremos uma noção de como foram os bastidores da narração dessa história, desde o momento da descoberta de Capote da história, numa página de jornal, até a publicação do livro. Esse filme é baseado numa biografia de Capote e lá temos a presença da querida Harper Lee. <3

Um beijo e até mais! ;*

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