28/05/2015

Como organizo a minha leitura

Olá! Espero que todo@s vocês estejam muito bem! Vim falar um pouco para vocês sobre a forma que eu organizo as minhas leituras.


Muitas pessoas me perguntam como eu faço para ler tanto. Pra começo de conversa eu leio muito, mas nem tanto assim. Tenho uma média de mais ou menos um livro por semana, mas é uma média mesmo, pois há vezes em que demoro muito mais que isso para finalizar um livro e em outras leio um livro em dois dias, por exemplo.

Penso que organização é essencial em qualquer aspecto da vida e, no que tange às leituras, não deve ser diferente. Eu resolvi me organizar, não para poder ler mais livros durante um ano, mas porque percebi que existem muitos livros na minha estante não lidos e eu sempre comprando cada vez mais e mais. Dessa forma, criei um método muito particular para poder cumprir todos os desafios que me propus participar e, ao mesmo tempo, ler os livros "encalhados" da minha estante, que vou compartilhar com vocês:

a) Como eu tenho muitos livros físicos e e-books e, enfim, como não consigo ler mais de um livro ao mesmo tempo, resolvi que sempre leio um livro e um e-book, de forma intercalada;

b) Para evitar livros e e-books "encalhados" na minha estante e no meu ereader Kobo, eu estou sorteando agora os livros que vou ler. Achei essa ideia muito interessante no canal do YouTube da Tatiane Feltrin e resolvi adaptar e copiar para mim. Tem dado certo e os livros da minha estante estão "circulando"!

c) A cada 05 (cinco) livros/e-books lidos, eu faço o sorteio de um livro de um dos desafios que criei da Revista Bravo (100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira e 100 Livros Essenciais da Literatura Mundial) e, após, o sorteio de mais um livro do desafio "30 Livros Para Ler Antes dos 30". Foi uma forma que criei de dar andamento aos desafios que participo e também ler os livros que tenho na minha estante. Além disso, para evitar estar comprando livros novos, nesses sorteios dos desafios, estou dando preferência aos livros que já tenho na minha estante que faz parte desses desafios. Entenderam? Não? Então vamos lá: 05 livros lidos + 01 livro de um dos desafios da Revista Bravo + 01 livro do desafios dos "30 Livros Para Ler Antes dos 30". Pode parecer complicado, mas não é.

d) Ainda sim, tão logo leio um livro faço logo uma resenha aqui no blog. Tenho vários livros que já li para resenhar e que merecem ter uma opinião compartilhada, no entanto, como acabava emendando uma leitura na outras, algumas resenhas ficaram para trás... Quem sabe um dia eu escreva. Mas, para evitar isso, estou escrevendo assim que termino o livro.

e) Um dica bem legal: tenho vendido muitos livros em sebos, após lê-los. Tenho um grande cuidado com os meus livros, então, mesmo após ter lido, eles sempre estão com cara de novo. No entanto, não tenho feito isso com todos, os livros que quero reler ou deixar na minha estante, ficam comigo. Mas essa dica tem sido bem legal, porque, além de esvaziar a minha estante, dando espaço para novos livros, eu tenho ganhado um dinheirinho (gente, não é muita coisa, não vá pensando que você vai ficar rico vendendo seus livros) e, de certa forma, compartilhado o livro com outras pessoas.

f) Só compro um livro após ter lido cinco. Também peguei essa dica do canal da Tatiane Feltrin, no entanto, no caso dela, é a cada 10 livros lidos um novo é comprado. Ainda sim, só compro nos casos em que eu realmente queira comprar um livro e de preferência que seja de algum desafio no qual esteja participando, pois estou evitando novas aquisições literárias. =)


g) Tenho sempre um controle do que eu leio por dia, uma espécie de "Diário de Leitura", onde anoto o que eu li naquele dia e a quantidade de páginas. Além disso, tenho uma página no blog com todos os livros que li. Isso é uma forma de controlar o meu tempo e o que eu li.

h) Por fim, as pessoas muito me questionam sobre como eu arrumo tempo para ler tanto. Acho que isso não é um mistério. Primeiro, eu não me proponho a ler todos os dias. Como estou estudando para outras atividades relacionadas à minha carreira, tenho me dedicado à leitura basicamente aos finais de semana. No entanto, sempre ando com um livro na bolsa, pois às vezes numa fila de banco ou após o almoço, um livro é sempre bem-vindo. Isso é de pessoa para pessoa, de acordo com o seu tempo, suas atividades e sua paciência. Segundo, meu tempo tem 24 horas, assim como o de todos e, ainda por cima, durmo muito cedo. Mas, a leitura deve ser encarada com algo que venha trazer relaxamento, paz, alegria, e não como uma obrigação. Se você não gosta de ler ou não tem o hábito, vá com calma. Já conheci pessoas que leem 100 páginas por dia e outras que leem 05. Isso vai de cada um, portanto, veja o que é melhor para você.

E você, tem algum método de organização das suas leituras?
Boa leitura! ;*

25/05/2015

"Desonra", de J. M. Coetzee

Editora Companhia das Letras
246 páginas
Tradução: José Rubens Siqueira
Sinopse do livro aqui.

1. John Maxwell Coetzee nasceu na África do Sul, em 1940, e desde 2006 vive em Adelaide, na Austrália, adotando nacionalidade australiana. Um homem recluso, que se move nas margens da esquerda e que combate a crueldade contra os animais. Ele é o tipo de pessoa que saiu de seu país, no entanto, o país não saiu dele. Preocupado com os problemas sociais da África do Sul, ele sempre tenta passar a realidade desse país em seus livros. Sim, este é Coetzee. Dentre tantos prêmios, foi consagrado com o Nobel de Literatura em 2003. "Desonra" é considerado o ápice da sua carreira, embora há críticos que consideram toda a sua produção literária uma grande obra prima.

2. Não é para menos. "Desonra" é um livro sublime, no entanto, me incomodou profundamente. Aliás, uma sensação desagradável me acompanhou por um bom tempo mesmo após o término do livro. "Desonra" nos apresenta o professor da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul), David Lurie, um homem de 52 anos, autor de três livros , todos lançados sem sucesso. David passou por dois casamentos e se divorciou nos dois, sendo que do primeiro casamento nasceu sua única filha, Lucy. É um homem mulherengo, promíscuo e cínico, que se considera mais velho do que realmente é e que se envolve com uma de suas alunas, Melanie Isaacs, de 20 anos. Melanie é o seu céu e o seu inferno.

3. Tive a sensação que a relação entre Melanie e David é muito forçada por este último. Aliás, com a justificativa de que "a beleza de uma mulher não é só dela. É parte do dote que ela traz ao mundo. Ela tem o dever de repartir com os outros", ele força uma relação sexual com a jovem, que a nossa ver seria considerado um estupro, mas na opinião de David "estupro não, não exatamente, mas indesejado mesmo assim, profundamente indesejado" (p. 33). E aí nos indagamos: será que esse "ponto de vista" seria resultante do fato de ele ser branco e ela, negra? Quando os pais da jovem descobrem a relação, um processo administrativo é instaurado, David é "julgado" por um conselho nada imparcial e então o protagonista opta por deixar a Universidade e se refugiar na casa - ou, como ele chama, na fazenda - da filha, em Salem, no interior do país.

4. A partir desse momento, passamos a ter contato com os problemas sociais que a África do Sul ainda enfrenta no pós-apartheid. Infelizmente, o fim do regime de apartheid não representou o fim da pobreza, violência do país e segregação racial e econômica do país. Ou seja, os brancos continuam sendo economicamente mais poderosos que os negros. Sabemos que aos poucos, uma classe negra de "novos ricos" está emergindo no país, mas num ritmo muito lento. Portanto, o país conseguiu derrubar as barreiras legais de segregação racial, porém, não derrubou a barreira social.

5. David, ao se refugiar no interior da África do Sul, tem contato com o que há de pior no país: disputa de terras, violência contra as mulheres e o descaso do poder público com os animais. Como bem disse no início dessa resenha, Coetzee tem uma grande preocupação com os animais e tal preocupação se reflete muito nos seus escritos. Isso é bem evidente em "Desonra": "Os cachorros são levados à clínica porque são indesejados: porque somos demais. É aí que ele entra em suas vidas. Pode não ser seu salvador, aquele para quem não são excessivos, mas está preparado para cuidar deles, uma vez que são incapazes de cuidar de si mesmos, uma vez que até Bev Shaw lavou as mãos do destino deles" (p. 166). Além disso, percebemos que os animais são utilizados muitas vezes como metáforas, para descrever a vida de muitos seres humanos que sofrem naquele país.

6. Percebemos que toda a vida de David entra em desgraça após seu fatídico envolvimento com sua aluna. É como se ele tivesse "pagando por seus pecados". Na verdade, frise-se neste ponto que a tradução do título do livro seria "Desgraça" (título original "Disgrace"), porém o tradutor José Rubens Siqueira preferiu "Desonra" a fim de evitar conotações religiosas. Mas, observamos no decorrer da leitura que a palavra "desgraça" se faz muito presente no enredo.

7. Em que pese a violência sofrida por Lucy ter sido descrita de uma forma muito sutil, onde percebemos nas entrelinhas o que ocorreu, para mim foi algo muito forte. Aqui, mais uma vez, o escritor retrata uma triste realidade social: a África do Sul é recordista mundial de casos de estupro (a cada 34 segundos, faz-se uma vítima). E essa realidade era e continua sendo silenciada pela própria sociedade e o poder público. Por mais que o quadro esteja mudando, constatamos que ainda é vergonhoso para uma mulher sul-africana denunciar às autoridades policias tal violência. Há vários e vários momentos que eu fiquei indignada com a filha de David, por ela aceitar a violência sofrida e suas consequências. Mas, para que a gente entenda tal atitude, é essencial que deixemos o nosso olhar e nos familiarizemos com o contexto daquele país. "Você quer saber por que eu não fiz uma determinada queixa na polícia. Vou contar por quê, contanto que você prometa não puxar o assunto outra vez. O motivo é que, de minha parte, o que aconteceu comigo é uma questão absolutamente particular. Em outro tempo, outro lugar, poderia ser considerado uma questão pública. Mas, aqui, agora, não é. É coisa minha, só minha" (p. 129).

8. O livro de Coetzee toca diretamente nos sérios problemas sociais vivenciados - ainda - na África do Sul. É uma espécie de denúncia literária. O casamento de Lucy com o seu vizinho negro, Petrus, é uma espécie da tapa na cara de David e do leitor. Desde 1998, a justiça daquele país passou a reconhecer os casamentos poligâmicos realizados de acordo com as tradições africanas, com o único objetivo de proteger o direito das mulheres e crianças em relação à propriedade. Lucy esclarece bem esse contexto na narrativa: "Não acho que você vá entender, David. Petruz não está me oferecendo um casamento da igreja e depois uma lua de mel na Wild Coast. Está me oferecendo uma aliança, um acordo. Eu contribuo com a terra, em troca ele me deixa ficar debaixo da asa dele. Senão, e é isso que ele quer que eu entenda, vou estar sem proteção; é um jogo limpo" (p. 229).

9. O interessante é observarmos, no decorrer da narrativa, a dificuldade de David de entender essa realidade social. Talvez, por ter vivido em outros países e por ter presenciado realidades mais democráticas, ele não vê o que ocorre com ele como sendo um problema social, mas como uma consequência negativa fruto de seu envolvimento com sua aluna, como se ele estivesse "pagando por seus pecados". E no fim, ele simplesmente desiste. Desiste do cachorro que tinha sido seu companheiro por um tempo, desiste de convencer sua filha das suas opiniões, desiste de mudar a realidade de quem convive, desiste de sua ex aluna, desiste de dar aulas... "Ele tem a sensação de que, dentro dele, um órgão vital foi ferido, comprometido, talvez seu coração. Pela primeira vez, tem uma amostra de como será ser velho, cansado até os ossos, sem esperança, sem desejos, indiferente ao futuro. Largado numa cadeira de plástico, em meio ao fedor das penas de galinha e maças podres, ele sente seu interesse pelo mundo escoando de dentro dele, gota a gota. Pode levar semanas, pode levar meses até secar inteiramente, mas está secando. Quando isso terminar, ele será como uma casca de mosca numa teia de aranha, quebradiço ao contato, mais leve que uma casca de arroz, pronto para sair flutuando" (p. 124).

10. Coetzee é direto, claro, objetivo. Não mede esforços, não enfeita situações. Vai direto ao ponto. Sou da opinião de que seria um grande erro interpretarmos "Desonra" com um cunho religioso, moralista, por mais que percebamos que o próprio David interpreta dessa forma. Aliás, o próprio tradutor teve essa preocupação ao traduzir o título. Não, aqui trata essencialmente de uma narrativa que denuncia os problemas sociais de um país. Coetzee foi extremamente feliz com essa obra.

17/05/2015

"Convergente", de Veronica Roth



Sinopse: A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. No poderoso desfecho da trilogia Divergente, de Veronica Roth, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor. Livro mais vendido pela Amazon no segmento infantojuvenil em 2013, Convergente chega ao Brasil em meio à expectativa pela estreia de Divergente nos cinemas, em abril. A série segue no topo na lista de bestsellers do The New York Times.

Vamos conversar um pouco sobre o último livro da trilogia Divergente, de Veronica Roth, intitulado "Convergente". Foi lançado também um livro extra da série, no qual conversaremos em outro momento, mas a trilogia acaba de fato com este livro.

Assim como aconteceu na passagem de tempo do primeiro para o segundo livro, aqui temos um intervalo de mais ou menos uma semana entre os últimos acontecimentos do livro "Insurgente" e o início de "Convergente", ou seja, praticamente uma continuação direta.

No início da narrativa surgem muitos questionamentos, principalmente sobre quem é Edith Prior e o que há depois da cerca. Ao mesmo tempo, Evelyn consegue controlar o caos e implementa um regime (ditatorial) dos sem facções. Nesse cenário, as pessoas estão divididas entre aqueles que querem a continuação do regime sem facção e aqueles que querem o retorno ao antigo regime ou uma forma mais democrática de governo.

Dessa forma, até o primeiro terço do livro, presenciamos esse impasse chato e entediante, onde pessoas tentam se organizar para acabar com o governo de Evelyn e, ao mesmo tempo, planejam sair e pedir ajuda aos que estão do lado de fora. Já do segundo terço em diante, temos outra narrativa chata e entediante, onde um grupo formado por Tris, Tobias, Caleb, Peter, Christina, Uriah e Cara resolve sair da cidade e... descobrem o Departamento de Auxílio Genético e, como eles, toda a verdade: Chicago é um experimento e, como eles, existem outros experimentos no país.

Gente, sendo muito sincera, esse foi o livro mais chato dos três. Lemos uma explicação confusa dos motivos reais desse experimento e uma separação tão esquisita entre os geneticamente puros e os geneticamente danificados... Ficamos sabendo durante a narrativa que tudo isso foi fruto de manipulações do Governo, mas a escritora não consegue nos explicar com clareza os motivos que fizeram o Governo tomar tal atitude. Enfim, em resumo: fiquei muito decepcionada com este último livro da série.

O casal Tobias e Tris continua muito irritante e a única coisa legal do livro foi a alternância de narrativa entre Tobias e Tris, ou seja, aqui também temos a história contada sob o ponto de vista de Tobias (Quatro). Respeito muito as pessoas que gostam da personagem Tris, mas para mim, desde o segundo livro ela se tornou intragável.

A trilogia, como um todo, não deixa de ser legal, mas a história deixa muitos pontos soltos. Talvez, por já ter lido outras distopias, tenha ficado com um nível maior de exigência em relação a esse gênero, ou simplesmente a história pode não ter me encantado, mas o fato é que esses livros deixaram muito a desejar e eu os recomendo para a faixa etária infanto-juvenil, pois entendo que talvez agrade mais a esse público.

Nota: 3/5

E vocês, o que acharam?


Veja os outros livros da série:






Livro 01: Divergente












Livro 02: Insurgente












Livro extra: Quatro

11/05/2015

[Opinião] Sobre o PLS do Preço Fixo do Livro



Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei (PLS) nº. 49/2015, de autoria da Senadora Fátima Bezerra (PT/RN) que visa instituir a Política Nacional do Livro e a regulação de seus preços. Li o projeto e confesso que fiquei um pouco preocupada com o teor nos moldes em que o mesmo se encontra. 

Como todos sabem, adoro ler. Ano passado, li 52 (cinquenta e dois) livros e, neste ano, já estou na minha 26ª (vigésima sexta) leitura. No entanto, e infelizmente, sou uma exceção em nosso país. Pesquisas feitas pelo Instituto Pró - Livro apontam que, em média, o brasileiro lê cerca de quatro livros por ano, incluindo os didáticos, e que apenas 50% da nossa população lê livros. É uma média muito baixa para um país que almeja um desenvolvimento econômico e que tem como principal missão nessa atual gestão do executivo federal a educação.

Tenho me perguntado muito ultimamente o motivo do brasileiro preferir assistir televisão ou ir ao cinema ao invés de ler um livro, e creio que existam algumas razões. A principal, a meu ver, é a falta de costume. Ninguém torna-se um leitor do dia para a noite, a leitura é um hábito e, como tal, deve ser fomentada desde criança, seja pela família, seja pela escola. No meu caso, desde pequena sempre estive cercada de livros em minha casa e, na escola que estudei até o ensino fundamental - que, frise-se, era particular - tínhamos que ler por ano dois livros paradidáticos que eram trabalhados em todas as disciplinas, desde a matemática até as aulas de ciências. Ainda sim, outro ponto é relevante, no que tange à falta de hábito da leitura dos brasileiros: os preços dos livros. Aliás, por que os livros no Brasil são tão caros?

Imagino até que as intenções da Senadora ao propor o referido projeto de lei sejam boas, no sentido de propiciar ao pequeno livreiro o mesmo tratamento dado às grandes redes de livrarias, no entanto, creio que um importante agente dessa rede foi esquecido: o consumidor final, ou seja, o leitor. E é como leitora que faço alguns apontamentos sobre o PLS.

Sou da opinião que quanto mais o estado interfere na economia, mais ele prejudica a livre concorrência e mais prejudica o consumidor final, que é o hipossuficiente nessa relação. Ora, a lógica é muito simples: quanto maior for a livre concorrência, mais disputa haverá entre os agentes econômicos a fim de conquistar o consumidor final e isso resultará em preços mais baixos e maiores ofertas/descontos para o consumidor. No mercado literário isso não é diferente e as livrarias mantém uma espécie de equilíbrio entre elas, motivo pelo qual os preços são muito parecidos. Porém, quando as vendas diminuem é comum notarmos numa livraria ou noutra preços promocionais, a fim de conquistar clientes e "desencalhar" os livros das prateleiras.

No que tange aos pequenos empresários, que como sabemos, exercem um papel importante em nossa economia, a estes já é dado uma série de incentivos fiscais (Simples Nacional), a fim de que possam manter suas atividades, gerando emprego e renda, tendo assim condições de concorrerem no mercado. Porém, ao se fixar um preço fixo para os livros, além de talvez não gerar benefícios para o pequeno empresário, poderá ser prejudicial ao consumidor final.

Como disse antes, os livros no Brasil têm um preço muito alto e a diferença entre as livrarias é muito pouca, quase insignificante. E isso é fruto da lógica do mercado e da livre concorrência. No entanto, as grandes redes (cite-se: Submarino, Americanas, Saraiva, Cultura, etc), devido à grande quantidade de vendas, principalmente por meio eletrônico, conseguem ofertar livros ao consumidor com preços promocionais, o que beneficia muito este. Quero dar alguns exemplos:
a) A coleção de livros "As Brumas de Avalon", que contém quatro livros, gira em torno de R$ 173,00 (cento e setenta e três reais), no entanto, esta mesma coleção está sendo vendida no site das Lojas Americanas por R$ 49,90 (quarenta e nove reais e noventa centavos) e no site do Submarino por R$ 47,90 (quarenta e sete reais e noventa centavos); 
b) Há mais ou menos dois meses a Editora Cosac Naify estava mudando de galpão ou algo do gênero e, por isso, a Livraria Cultura, em seu site, estava vendendo os livros dessa editora com descontos, alguns até de 50%, promovendo uma verdadeira queima de estoque; naquela oportunidade comprei um livro que girava em torno de R$ 80,00 (oitenta reais) por R$ 40,00 (quarenta reais);
c) A Amazon, desde agosto de 2014 passou a vender livros físicos no Brasil e na sua estréia no mercado brasileiro ofereceu frete grátis nas compras acima de 69,00 (sessenta e nove reais) e 40% de desconto em alguns títulos; na época a CBL (Câmara Brasileira de Livros), o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), a Libre  (Liga Brasileira dos Editores de Livros) e a ANL  (Associação Nacional de Livrarias) se reuniram a fim de apresentar uma carta aos candidatos da Presidência da República, e alguns dos pontos discutidos naquele momento foi a adoção do preço fixo do livro, apesar de só a ANL e a Libre serem a favor de tal medida; não obstante, apesar da Amazon ser mal vista pelos representantes de editoras e livrarias, ela é muito bem-quista pelos consumidores que têm a oportunidade de comprar mais livros por menos; claro, assim como todas as outras, a Amazon deve respeitar o mercado nacional, porém, essa concorrência é altamente benéfica ao consumidor final.

Sei que o tema é extremamente delicado, principalmente no atual momento econômico que vive o país. No entanto, a provocação é válida, uma vez que o PLS visa a proteção do mercado editorial e dos pequenos livreiros, mas não se preocupa em momento algum com o incentivo à leitura. Livro em nosso país é um item caro e não é visto no mercado como algo que venha a desenvolver a educação, mas tão somente como uma mercadoria que gera lucro. E o que é pior: os livros já saem da editora com um preço elevado e quando chegam nas livrarias, sejam grandes ou pequenas, o preço duplica. Felizmente, hoje tenho certa condição de financiar o meu hábito de leitura, porém, mesmo assim, já tenho recorrido à troca, venda e compra de livros em sebos. Ou então, aproveito os preços promocionais das livrarias e editoras. E o PLS do preço fixo do livro é falho nesse sentido, porque não permite que eu adquira livros em vendas promocionais.

Outro ponto falho: muitas editoras já vendem seus livros diretamente ao leitor, seja através de livrarias físicas (exemplo: editora UNESP) ou através de seu sítio eletrônico. Se o projeto for aprovado nos moldes em que se encontra, será muito mais benéfico para mim, leitora, comprar um livro diretamente da editora, uma vez que ele estará mais barato que na livraria  (art 6, do PL 49/2015. O preço da capa de livro ao consumidor final será estabelecida pela editora ou importadora com majoração entre 90% a 100% do preço da efetiva aquisição pela livraria). Ou seja, tal proposta poderá diminuir em muito a venda das livrarias e aumentar a venda direta das editoras.

O preço fixo do livro é uma medida que tem dado muito certo em países europeus, como a França*, e até mesmo na Argentina. No entanto, temos que tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais. Na Europa, o hábito de leitura é muito superior ao nosso: só na França, a média de leitura é de 12 livros por ano. Até mesmo nossa vizinha Argentina, tem uma média superior à nossa: 06 livros por ano. Ou seja, são países cuja população leitora é percentualmente superior à nossa.

Na minha opinião, para além de tomarmos medidas que instituam o preço fixo do livro, existem outras bem mais interessantes e importantes que poderiam ser tomadas a fim de aumentar o hábito de leitura e melhorar a educação no Brasil:
a) Fomentar o aumento de bibliotecas públicas nas escolas e nos Municípios, com acervos conservados e atualizados. Existem algumas iniciativas privadas de bibliotecas ambulantes que têm dado certo, demonstrando que o que falta não é vontade das pessoas, principalmente de baixa renda, para ler, mas apenas falta de oportunidade;
b) Sabemos que a Constituição Federal conferiu imunidade tributária aos livros e aos produtos nele utilizados em sua fabricação, mas que tal pensarmos na isenção dos impostos federais para às livrarias e editoras ou ao menos àquelas que adotam o Simples Nacional? Tramitava na Câmara dos Deputados um projeto de lei complementar nº. 251/2007, que autoria do então Deputado Federal Antonio Palocci (PT/SP), que dispensa pequenas e micro livrarias e editoras optantes do Supersimples do recolhimento do PIS/Pasep e da Confins, no entanto, não tive mais notícias se o mesmo chegou a ser aprovado.
c) Por fim, creio que vale à pena o mandato da Senadora Fátima Bezerra retomar a discussão sobre a extensão da imunidade tributária aos e-books e e-readers. A venda de e-books cresceu muito no Brasil, no entanto a diferença de preços é muito pequena, se comparada aos livros físicos, devido à grande carga de impostos que recaem sobre aquele. No mercado brasileiro existem três empresas que comercializam e-readers: Kindle  (Amazon), Kobo (Livraria Cultura) e Leve (Saraiva). Com a imunidade sendo estendida aos e-books e seus instrumentos de leitura, além dos preços diminuírem consideravelmente, mais empresas teriam espaço para comercializarem seus e-readers, tornando os preços bem mais baratos.

Enfim, creio que o projeto de lei e a própria implementação do preço fixo de livros é falho nos moldes em que se encontra. No nosso país, não há falta de vontade das pessoas, mas falta de oportunidade. Muitos até querem ler e aprender, porém, muitas pessoas não têm condições financeiras de comprar um livro ou sequer têm acesso a uma biblioteca. Caso haja mesmo interesse em investir em educação, ampliando o nosso hábito de leitura, é preciso focar no preço dos livros e propor medidas que diminuam o seu valor. Ainda sim, sugiro que nas audiências públicas que vão ocorrer sobre o tema os leitores tenham espaço para manifestar sua opinião.

* Além da França, os outros países que adoram o preço fixo são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Suécia e Suíça.

08/05/2015

[Desafio Literário] 30 Livros Para Ler Antes dos 30





Olá a tod@s!

Estou participando de mais um desafio, sendo que esse eu mesma criei. Percebi que existem alguns livros e coleções que quero muito ler, no entanto, devido a tantas publicações novas, a gente acaba perdendo a noção e se aventurando em outras novas leituras.

Inspirada no desafio da Tatiana Feltrin "Livros Para Ler Antes do Fim do Mundo", resolvi criar um desafio com livros que quero ler antes de completar meus 30 anos (que eu não espero que seja o fim do mundo!). Listei trinta livros nos quais quero muito muito ler há algum tempo (foi muito difícil fazer essa lista, gente!) e espero conseguir ler esses livros em dois anos (que é quando completarei 30 anos).

Ao total, são três desafios que eu participo, quais sejam: 100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira, 100 Livros Essenciais da Literatura Mundial e 30 Livros Para Ler Antes dos 30. Como disse em outros momentos, tanto o primeiro quanto o segundo desafios não tem data determinada para serem finalizados. Apenas o último.

Quem quiser fazer um desafio parecido, fique à vontade, o importante é a intenção final, qual seja, a leitura!

Abaixo a lista que criei:

1) Tirante O Branco (Joanot Martorell)
2) O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)
3) E O Vento Levou (Margaret Mitchell)
4) As Brumas de Avalon - coleção (Marion Zimmer Bradley)
5) Os Irmãos Karamasov (Fiódor Dostoievski)
6) A Montanha Mágica (Thomas Mann)
7) Cândido, ou O Otimismo (Voltaire)
8) Hibisco Roxo (Chimamanda Ngozi Adichie)
9) Eleanor & Park (Rainbow Rowell)
10) J'accuse (Émile Zola)
11) Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
12) Evangelho Segundo Jesus Cristo (Saramago)
13) A Sangue Frio (Truman Capote)
14) As Crônicas de Arthur - trilogia (Bernard Cornwell)
15) O Cemitério (Stephen King)
16) O Incêndio de Troia (Marion Zimmer Bradley)
17) Laranja Mecânica (Anthony Burgess)
18) O Casamento do Céu e do Inferno (William Black)
19) Olhos do Cão Azul (Gabriel Garcia Marquez)
20) David Copperfield (Charles Dickens)
21) O Caminho para Bitínia (Frank Slaughter)
22) Uma Morte Muito Suave (Simone de Beauvoir)
23) O Exorcista (William Petter Blatty)
24) Treblinka (Jean-François Steiner)
25) Graça Infinita (David Foster Wallace)
26) Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)
27) A Metamorfose (Franz Kafka)
28) O Muro (Jean-Paul Sartre)
29) O Físico (Noah Gordon) - lido
30) Ventania (Alcione Araujo)

Boa leitura!

06/05/2015

"A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert", de Joel Dicker

Sinopse: Aos vinte e oito anos Marcus Goldman viu sua vida se transformar radicalmente. Seu primeiro livro tornou-se um best-seller, ele virou uma celebridade e assinou um contrato milionário para um novo romance. E então foi acometido pela doença dos escritores. A poucos meses do prazo para a entrega do novo original, pressionado por seu editora e por seu agente, Marcus não consegue escrever nem uma linha. Na tentativa de superar seu bloqueio criativo, Marcus decide passar uns dias com seu mentor, Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados do país. É então que tudo muda. O corpo de uma jovem de quinze anos - desaparecida sem deixar rastros em 1975 - é encontrado enterrado no jardim de Harry, junto com o original do romance que o consagrou. Harry admite ter tido um caso com a garota e ter escrito o livro para ela, mas alega inocência no caso do assassinato. Com o intuito de ajudar Harry, Marcus começa uma investigação por contra própria. Uma teia de segredos emerge, mas a verdade só virá à tona depois de uma longa e complexa jornada. Um extraordinário livro de suspense, uma história de amor e um thriller excepcional, A Verdade Sobre O Caso Harry Quebert escapa a todas as tentativas de descrição. Nada do que você leu antes poderia prepará-lo para este livro.

Editora: Intrínseca.

Páginas: 576


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Quem matou Nola Kellergan?

"A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert" foi um livro que comprei praticamente no escuro, sem nenhuma referência, apenas li a sinopse e me interessei. Só pela capa, o livro já me chamou atenção. Ela mostra aparentemente uma pequena cidade rodeada por uma floresta, uma espécie de prenúncio do que encontraremos no livro.

O suíço Joel Dicker é o escritor do livro e com apenas 29 anos já tem uma fama considerável na Europa, Estados Unidos e, pelo visto, também aqui no Brasil. Apesar de ter quatro livros rejeitados pelas editoras e um quinto lançado, mas sem tanto sucesso, Dicker comprova a tese de que sucesso se conquista pelo esforço. Atualmente, ele é comparado ao americano Philip Roth (considerado o melhor escritor dos Estados Unidos na contemporaneidade) e a Georges Simenon, mestres do gênero suspense. Apesar das comparações, Dicker afirma que suas influências são Romain Gary, Marguerite Duras e Dostoiévski (muito bom gosto, o rapaz!). Enfim, ele tornou-se uma espécie de "novo queridinho" da literatura, apesar das fortes críticas que li a respeito do seu livro de sucesso. 

Assim como conta a sinopse, Marcus Goldman é um jovem escritor americano que, logo no seu primeiro livro, consegue um sucesso estrondoso, antes mesmo de completar seus 30 anos de idade. Ocorre, porém, que a fama subiu à sua cabeça, e após muitos gastos e festas, em 2008 - ou seja, dois anos depois do lançamento do primeiro livro - ele se vê pressionado pela editora, na qual assinou contrato, a entregar as cópias de seu segundo livro. No entanto, ele tem um bloqueio criativo e busca socorro com seu ex professor e grande amigo, Harry Quebert. Harry é considerado um dos melhores escritores americanos e seu best-seller "As Origens do Mal" é um clássico da literatura do país. Ele vive numa pequena e tranquila cidade em New Hampshire, chamada Aurora, numa linda casa à beira mar em Goose Cove e é para lá que Goldman se refugia, a fim de encontrar inspiração, mas sem sucesso.

Algum tempo depois, já em Nova York, Marcus toma conhecimento de uma história que é o pontapé inicial da trama e que muda a vida de Marcus e Harry: no terreno da casa de Quebert é encontrado os restos mortais do corpo de uma jovem adolescente chamada Nola Kellergan, que havia desaparecido em 30 de agosto de 1975, e junto com ela também é encontrado os originais do livro de Harry Quebert, "As Origens do Mal". Quebert é preso e logo após todo o país toma conhecimento que ele teve um caso com essa adolescente e que seu livro foi inspirado na história de amor dos dois. Uma relação na época proibida, pois ela tinha apenas 15 anos e ele estava com 34 anos.

A partir daí, Marcus, crendo na inocência do amigo, começa a investigar sobre o que realmente ocorreu no verão de 1975, e percebe que a pequena cidade de Aurora não é tão pacata assim, pois guarda muitos segredos.

Dicker, durante a narração, ambienta três cenários que nos fazem entender o que realmente ocorreu: 1ª) A narrativa em primeira pessoa relatada por Marcus Goldman e que acaba por ser a narrativa principal; 2º) Uma narrativa em terceira pessoa, onde voltamos aos acontecimentos do ano de 1975; e 3º) O relato, em primeira pessoa, do período de 1998 a 2003, onde Marcus relata o início de sua amizade com Harry Quebert, sendo o primeiro aluno e o segundo professor na Universidade de Burrows. Harry é um grande amigo e uma espécie de pai para Marcus, pessoa que o ajudou e incentivou a escrever, e devido a essa grande amizade, Marcus se muda para Aurora e lá decide investigar a fundo o caso, com a ajuda do sargento Perry Gahalowood, mesmo recebendo ameaças de desconhecidos.

À medida que vamos nos aprofundando na leitura, vamos descobrindo fatos surpreendentes e quando achamos que o caso foi esclarecido, temos algumas reviravoltas no enredo que sequer imaginávamos. E, para mim, foram essas "mudanças" no enredo que fizeram com que esse livro fosse fantástico! A única coisa que não gostei do enredo foi o romance melodramático entre Nola e Harry. Nola é muito dramática e grudenta e não nega ter a idade que tinha na época, devido a isso.

"A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert " não figura entre os melhores livros que já li de suspense, no entanto o adorei porque, fora as reviravoltas da trama, o escritor nos apresenta temas pertinentes de uma sociedade que vive de excessos. Excessos de uma mídia, ávida por notícias bombásticas; excessos do mercado editorial e de seus bastidores, que entendem o livro como uma fonte de riqueza e não de conhecimento; e excessos da religião e de como ela pode ser destrutiva, se mal empregada.

Convém frisar, aliás, que por mais que não seja totalmente verdade, foi muito legal acompanhar no desenrolar da história os bastidores do processo de produção de um livro! Será que existem mesmo os "ghost-writers"? O.o'

O pano de fundo da história é a disputa presidencial dos Estados Unidos de 2008, e isso foi outro ponto legal, porque acompanhamos um pouquinho a opinião das pessoas sobre os candidatos, a disputa entre Barack Obama X John McCain e a vitória de Obama. Muito, muito legal!

Enfim, tenho uma opinião muito positiva do livro "A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert " e o motivo de ele fazer tanto sucesso, por si só já faz com que ele seja respeitado. Mas, para além disso, foi um livro que me conquistou e eu recomendo muitíssimo a sua leitura!

Nota: 5/5

E você, o que achou do livro?

Beijos e boa leitura! ;*

01/05/2015

[Editorial] Foco




Entramos no mês de maio! 😁Nessas últimas três semanas, passei a refletir um pouco mais sobre a minha vida, sobre o que fiz ou deixei de fazer nesses quatro meses que se passaram e também em retomar alguns projetos pessoais. Li o editorial do blog de início de ano e pensei nas três palavras que disse que me guiaram nesse ano: CORAGEM, DISCIPLINA e COERÊNCIA, e passei a fazer uma autorreflexão. Na realidade, observei que houveram avanços, mas muito tímidos, quase insignificantes sobre o que havia falado na época.

Dessa forma, entendo que esse seja o momento certo de agir e fazer com que às coisas realmente aconteçam para mim. Quem me acompanha nas redes sociais e as pessoas que convivem comigo sabem que nas últimas semana li a série "Divergente", da americana Veronica Roth. O livro não é lá essas coisas, mas a todo momento ela mostra que temos que ter CORAGEM, que devemos tomar atitudes baseadas não no que é melhor para a nossa família ou para o próximo, mas no que é melhor pra gente. E coincidência: estou lendo "A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert", de Joel Dicker e tem um trecho em que ele fala "temos a vida que escolhemos" (p. 127). E isso mexeu demais comigo porque é a pura verdade, não é o acaso ou os acontecimentos que moldam nossa vida, mas nossas escolhas. Esse trecho é muito importante e sincero.

Mas é isso. A vida passa e ela passa muito rápido, por isso que devemos tomar decisões no hoje e correr atrás dos nossos sonho,independente da opinião das outras pessoas. A vida é sua, então que tal assumir o controle dela? ☺

Eu estou falando tudo isso porque resolvi tomar o controle da minha vida (que, claro, por serem muito pessoais, não cabe falar sobre elas nesse momento), e isso pode se refletir diretamente nesse espaço que criei para mim.

Primeiramente, estou retomando o método de organização Zen To Done (ZTD) e relendo o livro "Vida Organizada", da Thais Godinho, e provavelmente estarei compartilhando aqui também um pouco do que irei reaprender. Já tenho incluído no meu dia a dia alguns hábitos do ZTD e também tracei planos de longo, médio e curto prazo, de acordo com o livro da Thais, mas ainda existe um longo caminho pela frente para que eu consiga me organizar por completo. Quero muito compartilhar esses ensinamentos com vocês e deixar aqui registrado para mim mesma.

Também andei analisando minhas leituras. Gente, nesses quatro meses já li 25 (vinte e cinco) livros!!! 😱Acho que foi muita leitura para apenas quatro meses e isso de certa forma não é ruim, mas estou me percebendo viciada em leitura! Hahaha! 😂😂 (Pronto, um novo tipo de droga!) Ou seja, eu estou deixando de fazer coisas importantes na minha vida porque estou lendo. Como já disse em outros momentos, a leitura é muito importante, mas viver a vida é melhor ainda. Portanto, criei algumas regras para organizar a minha leitura (falarei em uma outra postagem exclusiva sobre o tema) e estou tentando frear meu ritmo, para poder ter tempo para outras coisas, como estudar.

Aliás, estou sentindo a necessidade de incorporar os estudos à minha rotina diária, porém só tenho conseguido fazê-lo aos finais de semana. Estou repensando numa forma de ter esse ritmo também durante a semana.

E a fim de me tornar uma pessoa melhor, mais coerente e com paz no coração, estou tomando algumas atitudes que quero compartilhar com vocês :

1) Tenho escutado muitos ensinamentos de monges budistas, principalmente da monja Coen, do zen budismo, e isso tem me ajudado de uma forma até inexplicável. Não é preciso você ir ao mosteiro ou comprar um livro para ter acesso: na internet está cheio de livros/textos e vídeos de graça. Além do zen budismo, gosto muito da tradição Kadampa e pretendo me aprofundar nesses ensinamentos nos próximos meses.

2) Infelizmente, por questões financeiras, saí das aulas de Yoga. 😢 Então, estou meio enferrujada na prática... Mas, pretendo voltar às práticas de Yoga aos finais de semana e feriados, na minha casa, mas de uma forma leve.

3) Praticar 10 minutos de meditação por dia. Será que eu consigo?

Por fim, já havia dito que iria incrementar outros temas aqui no blog e quero colocar isso em prática. Além disso, vamos ter uma certa periodicidade nas postagens (a priori, às terças e sextas). Mesmo sem computador, vou me esforçar para dar certo! Estou tentando criar um calendário para o blog, mas estou indo com calma no ritmo da minha vida, porque não dá para abraçar o mundo.

Espero que esse mês seja de paz em nossos corações! ❤ Um mês de maio cheio de coragem, disciplina e foco no que é importante!

Namaste! _/\_
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