28/06/2015

"Bridget Jones: Louca pelo Garoto", de Helen Fielding

Editora: Companhia das Letras
Páginas: 434
Tradução: Ana Ban, Julia Romeu
e Renato Prelorentzou
1. Estava me perguntando, antes de escrever aqui no blog, porque eu demorei TANTO para ler esse livro se já tenho ele há alguns meses na minha estante. Hahaha!

2. Quatorze anos após "Bridget Jones: No Limite da Razão", Helen Fielding nos surpreende com "Bridget Jones: Louca pelo Garoto". Aliás, por que demorou tanto Helen Fielding?

3. Gente, pra mim, Bridget Jones é uma das personagens mais queridas e engraçadas da literatura. Ela tem uma facilidade de se atrapalhar, de fazer confusão com tudo e de falar coisas inapropriadas ao momento que fica até difícil não se identificar com ela. Como sempre, dei várias gargalhadas com a nossa heroína londrina, porém me emocionei demais. Isso porque, além da tradicional comédia, Helen nos apresenta no início do livro um fato muito triste que é o pontapé inicial desse atual enredo. E me desculpe, mas aqui vaí ter spoiler do livro, então, caso você não queira saber, não leia (na verdade, nem sei realmente se ainda é spoiler, porque quase todo mundo já sabe, mesmo quem não leu).

4. Pois bem, logo no início do livro sabemos que Mark Darcy e Bridget Jones se casaram e tiveram dois filhos (Billy e Mabel). No entanto, Mark morre em 2008, quatro anos antes do início da história. Pra quem é fã mesmo da série e torceu pelo casal nos livros anteriores, como eu, isso foi bem triste. E a gente se pergunta "por que raios Helen Fielding matou o Sr. Darcy?". Mas, por outro lado, a razão de ser desse livro vem justamente do fato de que agora Bridget está solteira novamente, ainda arrasada com a morte do marido, com seus 50 anos, mãe de duas crianças lindas e numa situação financeira confortável. 

5. E o que esperar de uma mulher nos seus 50 anos? Eu não gosto muito de definir padrões, mas a gente espera, minimamente, uma mulher mais centrada. No entanto, esse não é o caso da nossa heroína, senão não estaríamos falando de Bridget Jones. Pouca coisa mudou da Bridget de 30 anos, ela continua atrapalhada, lutando contra a balança e contra os sinais da idade em seu corpo, tendo que lidar com as novas tecnologias e redes sociais  (muito hilário a sua "relação" com o Twitter e seu desespero em conseguir novos seguidores: "não consigo entender como colocar uma foto. Tem só um ovo vazio. Tudo bem! Pode ser uma foto minha antes do nascimento"), trabalhando numa adaptação de um roteiro*, revivendo as regras do namoro e tentando ser uma pessoa zen.

6. Por outro lado, percebemos uma Bridget que, apesar de atrapalhada e quase sempre atrasada, tem muita responsabilidade sobre seus filhos e os ama incondicionalmente. As cenas de afeto entre eles me emocionaram muito e a filhinha dela, a Mabel, é muito fofa e engraçada. Já o Billy é o Mark em miniatura.

7. Aqui vemos uma mulher de 50 anos se relacionar com um homem vinte anos mais novo. Achei bem legal esse ponto porque a gente consegue ter uma visão do que ambas as partes visam nesse tipo de relacionamento. E a escritora explora esse ponto de forma até perfeita, na minha concepção, e sem generalizar.

8. Aliás, faço a ressalva de que acho a Helen Fielding uma escritora brilhante. Ela é adepta daquele humor com um fundo de crítica, que me agrada. Dessa forma, mesmo que você nunca tenha lido nada de Bridget Jones, a leitura desse terceiro livro será bem tranquila e acho que você vai gostar muito. Agora, quem já leu os anteriores e gostou, esse é leitura quase obrigatória. 

9. No primeiro e segundo livros é bem marcante a influência que a escritora teve na Jane Austen**, sendo o primeiro um reconto de "Orgulho e Preconceito" é o segundo um reconto de "Persuasão". Nesse terceiro livro não temos tanto essa presença, por mais que a Jane Austen, uma hora ou outra, seja lembrada pela Bridget Jones  (assim como o Dalai Lama!).

10. Antes de escrever aqui, vi várias opiniões de pessoas que leram "Bridget Jones: Louca pelo Garoto" é percebi que muitas não gostaram muito, se comparado aos outros. A mim, e não sei bem o motivo, esse foi de longe o melhor livro da série. Depois me diga o que você achou, pois acho que essa minha opinião é meio isolada... =/ Hahaha! De qualquer forma, todos foram unânimes em reconhecer que esse é um bom livro e que merece ser lido.

11. Pois bem, em relação ao primeiro tópico, na realidade demorei para ler esse livro porque agora eu sorteio os livros que vou ler e esse ainda não tinha tido sorte de ser o escolhido. Ocorre, porém, que depois de ler "Sex and the City" me lembrei muito se Bridget Jones, portanto, resolvi ler logo esse livro. Os dois, de certa forma, abordam temas mais feministas e estou pensando em escrever exatamente sobre o dois e o feminismo... O que vocês acham? 

12. Bom, fica aqui a dica de um excelente livro, que me gerou muitas gargalhadas, mas que também me fez chorar várias vezes.

Boa leitura! ;*

* Bridget está escreve uma adaptação de "Hedda Gabler", uma tragédia de Herik Ibsen, mas que na realidade ela acha que é de Anton Tchekhov. Hahaha! Fiquei muito interessada em ler essa peça, mas só achei os livros em inglês...

** Preciso ler Jane Austen!!! Urgente! Hahaha! 

Um comentário:

  1. Oi Thalita, gostei do blog 😀

    Sobre o livro, não curti muito. A Bridget dos dois primeiros é uma das minhas personagens preferidas da vida, mas a Bridget do terceiro me cansou um pouco😔

    Abs

    Anita

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