1. “Emma Bovary c'est moi” (Emma
Bovary sou eu).
2. Madame Bovary é um clássico da literatura
mundial. E isso fica mais evidente após o término da leitura. O livro é
grandioso, no entanto, confesso que custei a pegar o ritmo da leitura e no
início achava todo o enredo muito tedioso.
3. Antes mesmo de ler, sabia
que se tratava de um caso de traição. Então, creio que isso não seja nenhum
spoiler. Na realidade, o que achei mais interessante no livro não foi a traição
em si, mas o desenrolar, a construção das personagens, os devaneios, as tolices e a hipocrisia de alguns. Emma é uma personagem sui generis na literatura. Uma mulher
criada no campo, pequeno-burguesa e muito sonhadora, que imagina sua vida como
nos romances literários. Seu sonho é encontrar um grande amor e viver tal
romance intensamente. Por isso, durante a história, Emma parece lutar contra um mundo no qual ela não se sente completa. Daí porque ela procura em seus amantes essa intensa paixão, que são clichês da vida romântica.
4. Ela conhece Charles Bovary quando este vai tratar uma fratura de seu pai. Charles era oficial de saúde na cidade de Tostes e, até então, casado com a senhora Heloise Dubuc. A impressão que temos é que ele não gostava tanto de sua esposa e, com a morte desta, acaba se afeiçoando por Emma e estes acabam se casando. Flaubert retrata este homem, a partir dos sentimentos de Emma, na seguinte frase:
6. O livro é começa sendo narrado em primeira pessoa por um sujeito indefinido que estudou com Charles na escola. Aos poucos, o narrador vai sumindo até sair de cena e dar vida própria às personagens. Aliás, apesar do livro chamar-se "Madame Bovary", o que nos faz entender ser esta a personagem principal, a sensação que tive é que ele conta a história de Charles do começo ao fim, e não da Emma.
7. O grande Henry James disse que Flaubert conseguiu uma proeza ao escrever personagens medíocres em "Madame Bovary". De fato, toda essa mediocridade é um clichê da sociedade francesa da época. Ora, ao analisarmos as personagens Emma, Charles, o farmacêutico Homais, o comerciante Lheureux, percebemos uma intensa crítica à sociedade de aparências e burguesa na França do Segundo Império.
8. Gustave Flauber (1821-1880) prezava pela perfeição de duas obras. Tanto isso é verdade, que para escrever seus poucos livros (Madame Bovary, Educação Sentimental, Salammbo e o incompleto Bouvard e Pecuchet) ele passou anos e anos lutando com as palavras. Madame Bovary foi escrito em quatro anos e meio (1851-1856) e foi publicado em seis números da Revue de Paris, de outubro a dezembro de 1856.
9. No entanto, a publicação desse romance teve problemas com a justiça francesa e Flaubert teve que responder a um processo no qual obteve uma sentença positiva da justiça. Quando a história foi publicada em formato de livro, o sucesso foi imenso. A "cena do fiacre", onde não há nenhum diálogo, apenas um fiacre andando pelas ruas de Rouen, com Emma Bovary e o jovem Leon lá dentro, ganhou grande repercussão, por ser "escandalosa". Atualmente, Madame Bovary não causa mais escândalo e se consagrou como um dos maiores romances da literatura mundial, com o seu realismo moderno.
10. O livro não é um dos meus preferidos da vida, no entanto, confesso que ele é muito bom. Ele não se tornou um dos preferidos porque, como disse antes, custei a pegar o ritmo da leitura. A narrativa dos devaneios de Emma ou da paisagem de determinado local se tornaram um pouco cansativas. No entanto, tal "cansaço" é recompensado a posteriore, no final da segunda parte em diante.
11. Então é isso, fica aqui a dica de um livro espetacular, uma leitura obrigatória, por ser um grande clássico da literatura mundial.
Boa leitura!
4. Ela conhece Charles Bovary quando este vai tratar uma fratura de seu pai. Charles era oficial de saúde na cidade de Tostes e, até então, casado com a senhora Heloise Dubuc. A impressão que temos é que ele não gostava tanto de sua esposa e, com a morte desta, acaba se afeiçoando por Emma e estes acabam se casando. Flaubert retrata este homem, a partir dos sentimentos de Emma, na seguinte frase:
"A conversa com Charles era sem relevo como uma calçada e as ideias de todo mundo nela desfilavam em seu traje comum, sem excitar emoções, riso, ou devaneio"5. Desde o início do casamento, conseguimos perceber a felicidade de Charles e a infelicidade de Emma. E mesmo após a mudança de cidade - eles vão para Yonville e lá eles têm sua primeira e única filha, Berthe - tal situação não parece mudar muito. Aliás, a felicidade de Charles com o casamento e sua segurança em relação à esposa eram tanta, que ele não consegue perceber o sinal das traições de Emma.
6. O livro é começa sendo narrado em primeira pessoa por um sujeito indefinido que estudou com Charles na escola. Aos poucos, o narrador vai sumindo até sair de cena e dar vida própria às personagens. Aliás, apesar do livro chamar-se "Madame Bovary", o que nos faz entender ser esta a personagem principal, a sensação que tive é que ele conta a história de Charles do começo ao fim, e não da Emma.
7. O grande Henry James disse que Flaubert conseguiu uma proeza ao escrever personagens medíocres em "Madame Bovary". De fato, toda essa mediocridade é um clichê da sociedade francesa da época. Ora, ao analisarmos as personagens Emma, Charles, o farmacêutico Homais, o comerciante Lheureux, percebemos uma intensa crítica à sociedade de aparências e burguesa na França do Segundo Império.
8. Gustave Flauber (1821-1880) prezava pela perfeição de duas obras. Tanto isso é verdade, que para escrever seus poucos livros (Madame Bovary, Educação Sentimental, Salammbo e o incompleto Bouvard e Pecuchet) ele passou anos e anos lutando com as palavras. Madame Bovary foi escrito em quatro anos e meio (1851-1856) e foi publicado em seis números da Revue de Paris, de outubro a dezembro de 1856.
9. No entanto, a publicação desse romance teve problemas com a justiça francesa e Flaubert teve que responder a um processo no qual obteve uma sentença positiva da justiça. Quando a história foi publicada em formato de livro, o sucesso foi imenso. A "cena do fiacre", onde não há nenhum diálogo, apenas um fiacre andando pelas ruas de Rouen, com Emma Bovary e o jovem Leon lá dentro, ganhou grande repercussão, por ser "escandalosa". Atualmente, Madame Bovary não causa mais escândalo e se consagrou como um dos maiores romances da literatura mundial, com o seu realismo moderno.
10. O livro não é um dos meus preferidos da vida, no entanto, confesso que ele é muito bom. Ele não se tornou um dos preferidos porque, como disse antes, custei a pegar o ritmo da leitura. A narrativa dos devaneios de Emma ou da paisagem de determinado local se tornaram um pouco cansativas. No entanto, tal "cansaço" é recompensado a posteriore, no final da segunda parte em diante.
11. Então é isso, fica aqui a dica de um livro espetacular, uma leitura obrigatória, por ser um grande clássico da literatura mundial.
Boa leitura!
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