26/07/2015

"Anjo da Escuridão", de Sidney Sheldon e Tilly Bagshawe

Editora: Record
Páginas: 398
Tradução: Michele Gerhardt Macculloch
Sinopse do livro aqui.

1. Esse foi o primeiro livro lido por mim de Sidney Sheldon. Quer dizer, não podemos dizer que o livro foi escrito totalmente por ele. Esse é mais um dos livros não acabados de Sidney. E, assim como ocorreu com "A Senhora do Jogo", "Depois da Escuridão" e "Sombras de um Verão", a família Sheldon convidou uma discípula para finalizar as obras, no caso, a Tilly Bagshawe. Dessa forma, não poderei tecer comentários sobre se o livro seguiu a linha de Sidney e nem compará-lo com suas outras obras.

2. No entanto, li como uma leitora que adora livros de suspense e, sinceramente, não gostei. E acho que essa minha opinião é um pouco isolada, pois li vários comentários no Skoob de pessoas que adoraram o livro. 

3. A história inicia com um assassinato cruel em Los Angeles de um milionário morto brutalmente e sua esposa é espancada, estuprada e amarrada ao corpo do marido. Acompanha o caso o detetive Danny McGuire, no entanto, toda a investigação é considerada infrutífera e o caso arquivado. Além disso, a esposa desaparece e doa sua herança para uma instituição que cuida de crianças.

4. Após alguns anos, Danny McGuire passa a trabalhar na Interpol, na França, e é procurado por Matt Daley, que alega ser o filho da vítima do assassinato cruel em Los Angeles. Daley afirma está fazendo um documentário sobre o caso e apresenta outros casos que contém certa semelhança com o primeiro assassinato, reavivando em Danny a perspectiva de acompanhar a série de assassinatos.

5. Bom, o livro é do gênero suspense e eu adoro livros assim. No entanto, logo no início do livro fui ficando meio entediada com a história e me arrastando em seu enredo. Acho que a parte que mais me empolgou foi o julgamento, depois que eles descobrem quem realmente estava por trás de todos os casos, no entanto, até com essa parte achei um pouco "piegas".

6. Li um comentário aqui falando que a Tilly Bagshawe não chega nem aos pés dos casos do próprio Sidney Sheldon. Como disse antes, sobre isso infelizmente não poderei tecer comentários. Mas, o fato é que o livro não me empolgou muito. Até o fato de Matt Daley ter ficado completamente apaixonado por uma das vítimas foi extremamente exagerado, na minha opinião. Ainda sim, desde o início fica na cara quem são os verdadeiros culpados pelo assassinato em série, o que, na minha opinião, é muito ruim para um livro de suspense. Enfim, quem quiser ler, acho que vale a pena cada pessoa tirar suas conclusões.

7. Preciso ler outros livros de Sidney, escritos por ele mesmo.

Boa leitura! ;*

20/07/2015

Fériasssss!!

A blogueira que vos escreve estará temporariamente fora do ar, devido às suas férias!

Mas, daqui a alguns dias nos veremos novamente.

Um grande beijo!

10/07/2015

"O Sol é Para Todos", de Harper Lee

Editora: Jose Olympio
Páginas: 364
Tradução: Beatriz Horta
Veja a sinopse aqui.

"Os advogados, suponho, um dia foram crianças" - Charles Lamb

1. Que livro maravilhoso! Li "O Sol é Para Todos" em uma leitura coletiva proposta pela Mell Ferraz, do canal Literature-se, e foi, sem dúvida, uma das melhores experiências literárias que tive este ano. O livro entrou fácil na lista dos melhores que já li na vida.

2. Vamos começar falando sobre a autora, Harper Lee. Nascida em 1926, no Alabama (sul dos Estados Unidos), um de seus melhores amigos de infância e da vida foi o Truman Capote. "O Sol é Para Todos" é o único livro que ela publicou até então, mas foi mais bem-sucedido que toda a obra de Capote. Isso nos faz refletir: na arte, muitas vezes, a qualidade supera a quantidade.

3. Recentemente, Harper Lee, que vive em uma casa de repouso, anunciou a continuação do livro "O Sol é Para Todos", com a mesma protagonista, agora 20 anos mais velha. Intitulado "Go Set a Watchman", o novo livro estreia em 14 de julho, e a tradução literal seria "Arrume um Vigia". Curiosamente, esse romance foi escrito antes de "O Sol é Para Todos" e finalizado em 1950, mas os editores da época sugeriram que ela reescrevesse a história na perspectiva de Scout quando criança. Devido à publicação desta sequência, a editora José Olympio (grupo Editorial Record) decidiu relançar "O Sol é Para Todos", pois já faziam muitos anos que o livro não estava mais disponível.

4. O título original "To Kill a Mockingbird", tem tradução literal de "Não Mate a Cotovia". Na verdade, mockingbird é um pássaro que não existe no Brasil, sendo nativo dos Estados Unidos (inclusive, o rapper Eminem tem uma música muito linda cujo título é o nome desse pássaro). Este livro é um clássico nos Estados Unidos e leitura obrigatória em muitas escolas, sendo comparado, talvez, à importância de Machado de Assis no Brasil. Além disso, o livro recebeu o Prêmio Pulitzer.

5. Publicado em 1960, a história se passa na década de 1930, em Maycomb, uma pequena cidade no Alabama (abaixo, consta o mapa que encontrei da cidade na história, muito legal!). A segregação racial entre brancos e negros era intensa, especialmente no sul do país, e essa é uma das principais temáticas do livro. Além do racismo, a obra aborda temas como amadurecimento, justiça, coragem e esperança.


6. A história é narrada por Scout (Jean Louise) e se passa quando ela tinha entre 6 e 8 anos. Ela vive com seu irmão mais velho, Jem, seu pai, Atticus, e Calpúrnia, uma mulher negra que trabalha como cozinheira e babá. Atticus é um advogado respeitado e um homem muito ocupado, o que faz de Calpúrnia uma figura essencial na criação dos dois irmãos, algo raro naquela época devido à condição dos negros.

7. O livro é dividido em duas partes. Na primeira, Scout e Jem conhecem Dill (Charles Backer Harris), um menino que passa os verões na casa da tia e se torna grande amigo deles. A aventura das crianças gira em torno da curiosidade por Arthur (Boo) Radley, um vizinho recluso. Esses momentos de travessuras infantis evocaram a nostalgia da infância, algo que, em algum ponto, todo leitor pode se identificar.

8. Na segunda parte, a história toma um tom mais sério com o julgamento de Tom Robinson, um homem negro acusado de estuprar uma jovem branca de família pobre. Atticus é designado para defendê-lo, o que faz com que sua família se torne alvo de preconceitos. Atticus é um modelo de humanidade e coragem, lutando pela justiça mesmo diante de uma sociedade racista.
"O caso de Tom Robinson é algo que concerne ao âmago da consciência humana. Scout, eu não poderia ir à igreja e louvar à Deus se não tentasse ajudar esse homem".
9. Fica claro que Tom é vítima do racismo, assim como Atticus e sua família sofrem as consequências de defenderem um homem negro. Boo Radley também é uma vítima dessa sociedade hipócrita, que o leva a se isolar. Ambos, Tom e Boo, são os "mockingbird" da história, figuras inocentes massacradas pelos preconceitos da sociedade. As metáforas e figuras de linguagem ao longo do livro enriquecem a narrativa, trazendo profundidade às críticas sociais que a obra apresenta.
Comparou a morte de Tom à matança cruel de pássaros canoros pelos caçadores e pelos meninos.
10. Há quem diga que "O Sol é Para Todos" seja uma obra autobiográfica de Harper Lee, já que seu pai seu pai também era advogado e Dill seria inspirado em Truman Capote, seu amigo de infância. A escritora voltou a ganhar destaque no Brasil na última década, com o filme "Capote" (2005) e agora com a expectativa do lançamento de seu novo livro.

11. Em resumo, "O Sol é Para Todos" é uma leitura imprescindível, com personagens que nos ensinam valiosas lições. Atticus e a Scout, em especial, são inesquecíveis! Estou ansiosa pelo novo livro!

Boa leitura! ;*

P.S.: O livro foi adaptado para o cinema em uma versão em preto e branco que ganhou o Oscar. mal posso esperar para assistir!


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