22/04/2015

"Divergente", de Veronica Roth

Sinopse: Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.

Editora: Rocco. 

***
"Divergente" é o primeiro livro de uma trilogia distópica com público jovem, escrito pela americana Veronica Roth. Aliás, essas distopias juvenis estão fazendo grande sucesso, graças também às suas versões hollywoodianas. Foi assim com Jogos Vorazes (que, diga-se de passagem, ainda é um grande sucesso) e tem sido com esta trilogia da Veronica.

A história ocorre no futuro, onde hoje é Chicago (EUA), e a sociedade se encontra dividida em cinco facções: Abnegação, Erudição, Amizade, Audácia e Franqueza. Essas facções surgiram há muitos anos, no momento em que as pessoas perceberam que as guerras não deveriam ser atribuídas à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo, mas sim à personalidade humana e na sua inclinação para o mal. Dessa forma, criaram esses grupos ou facções com o intuito de acabar com essas características que, na opinião deles, eram responsáveis pela desordem no mundo.

Cada facção possui uma característica marcante e as pessoas escolhem a facção que querem se agregar de acordo com essas características: a Abnegação é formada por pessoas altruístas; a Erudição, por intelectuais; a Amizade, por pessoas bondosas e amorosas; a Audácia, por pessoas corajosas; e a Franqueza, por pessoas honestas. Ainda sim, cada grupo possui uma função dentro da sociedade, que é definida pelas suas características dominantes, dessa forma, por exemplo, os membros da Abnegação estão nos postos de poder, devido à sua personalidade altruísta; os membros da Audácia são responsáveis pela segurança, devido à sua força física e coragem, e por aí vai. E, se não bastasse, cada facção também possui um modo de se vestir, o que os torna facilmente identificáveis em público. Ou seja, temos aqui um padrão de sociedade muito bem organizada e, esteticamente, perfeita.

Os membros dessa sociedade nascem e crescem na facção de seus pais, no entanto, aos 16 (dezesseis) anos, os jovens passam por um teste de aptidão e, logo após, pela Cerimônia de Escolha, onde optam por continuarem na facção que nasceram ou mudar.

"Cada homem tem o direito de escolher o seu próprio caminho"

Nesse cenário está a nossa protagonista e heroína, Beatrice Prior, que, junto com seu irmão, Calleb Prior, que é um pouco mais velho que ela, mas que também conta com dezesseis anos, devem escolher seu caminho. Beatrice é descrita como uma menina pequena e magra, aparentando ser muito mais nova do que os seus dezesseis anos. Ela vive o impasse de ter que continuar com sua família ou ser quem verdadeiramente julga ser quem ela é. Seus testes de aptidão pouco colaboram com sua escolha, pois acabam se mostrando inconclusivos, colocando-a em grande perigo, pois assim, ela é considerada uma Divergente.

Após sua escolha, ela muda de nome (Tris) e passa por um testes de iniciação muito difíceis, que testam tanto a suas habilidades físicas, quanto as mentais. Nessa sua nova vida, ela tenta ser autossuficiente, porém, acaba percebendo o quão importante é poder contar com a ajuda de seus amigos. Não obstante, ela acaba percebendo estar apaixonada por seu instrutor, Quatro, um cara cheio de mistérios, e tudo isso é muito novo para ela.

Ao mesmo tempo de sua iniciação, Beatrice (Tris) percebe que alguma coisa estranha ocorre, pois a Erudição passa a enviar, quase que diariamente, relatórios atacando membros da Abnegação, que estão no poder, e um conflito entre as facções começa a se esboçar, derrubando aquele mito de sociedade perfeita, sem conflitos. Aos poucos, ela também percebe que as coisas não são como parecem e começa a temer por algo pior.

Nessa sociedade "perfeita" existem também os sem-facções, que são pessoas expulsas ou que não passaram nos testes de iniciação das facções. Esses sem-facções estão à margem da sociedade e, se não fosse pela ajuda da Abnegação, que está no poder, talvez até morreriam de fome. É uma classe sem identidade, miserável.

O livro é escrito em primeira pessoa, portanto, dessa forma, acompanhamos as angustias, pensamentos, conflitos e emoções de Beatrice Prior.

Esse livro possui uma leitura leve e, apesar de suas 500 (quinhentas) páginas, consegui lê-lo em um dia. É um livro legal, porém, não consigo deixar de compará-lo com a trilogia de Jogos Vorazes (sim, isso é uma injustiça!) e, em termos de enredo, este último possui uma qualidade muito melhor. É que aqui, achei a sociedade muito perfeitinha, o conflito - pelo menos nesse primeiro livro - ocorre entre as facções e é dado pouco destaque aos sem-facção. Ou seja, acaba se tornando um conflito de "classe média" pelo poder. Por outro lado, aquele dito de que as facções foram criadas para combater os conflitos do mundo cai por terra, mostrando que nem toda sociedade é perfeita.

A leitura de "Divergente" é muito prazerosa, porém, é um livro que deixou muito a desejar, devido à sua previsibilidade. Não houve nenhuma parte em que fiquei muito empolgada ou muito surpresa com os acontecimentos do enredo e, na minha opinião, ele é uma mistura de Jogos Vorazes com Harry Potter. O romance também é bem piegas e muito morno, achei que esse não foi um bom casal. Por fim, fiquei com uma dúvida no ar: por que ser Divergente é tão ruim? Em nenhum momento, a escritora nos dá uma explicação disso, talvez porque a história seja do ponto de vista da Beatrice e ela não tenha descoberto isso até o momento. Ainda sim, a tradução do livro é muito ruim, a impressão que tenho é que ela foi feita de forma muito literal e em algumas partes tive que ler duas vezes para compreender (será que só eu achei isso?).

Espero, realmente, que os próximos livros da série seja bem melhores e nos surpreenda com acontecimentos mais empolgantes, para que a gente consiga desvendar os mistérios dessa sociedade.

Nota: 3/5

Beijos e boa leitura! ;*

Outros livros da série:






Livro 02: Insurgente












Livro 03: Convergente












Livro extra: Quatro

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