28/04/2015

"Insurgente", de Veronica Roth


Sinopse: Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama - e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.

Editora: Rocco
***
(Atenção! Contém spoiler de "Divergente".)

"Insurgente" é o segundo livro da trilogia distópica criada por Veronica Roth. Ele continua a saga da heroína e personagem principal Beatrice Prior ou Tris, na Chicago futurista.

O primeiro livro termina com Tris desligando a simulação de ataque forjada pela Erudição e fugindo para a sede da Amizade, junto com Quatro (Tobias), Caleb, Marcus e Peter. O intervalo entre o primeiro e segundo livro é muito pequeno, quase uma continuação direta.

Logo no começo do enredo, Tris toma conhecimento que a Abnegação possuía uma informação confidencial e que Jeanine Matthews os atacou porque queria roubá-la. Não obstante, a sede da Amizade acaba se tornando um refúgio temporário para os "fugitivos", pois a facção mantém uma postura neutra sobre os conflitos que ocorrem ao seu redor.

Dessa maneira, o cenário das facções, assim que iniciamos o livro, é o seguinte: a Abnegação se encontra praticamente destruída; a Audácia está dividida entre os que apoiam a Erudição e os que são contra; a Erudição está sob o controle de Jeanine Matthews; a Franqueza apóia aqueles que são contra a Erudição; e a Amizade mantém uma postura de neutralidade. O primeiro livro, "Divergente", foca muito no modo de vida e costumes da Abnegação e da Audácia, porém, aqui, a escritora deu um enfoque maior às outras facções (Amizade, Franqueza e Erudição) o que achei muito legal.

Surgem aqui os sem-facções de uma forma mais protagonista no enredo (lembram-se que na resenha de "Divergente" falei que sentia falta deles tendo um papel mais atuante?) e, como eles, algumas revelações sobre a história de Quatro (Tobias). Percebemos, então, e ao contrário do que imaginávamos, que os sem-facções não são apenas um amontoado de gente que vive à margem das facções, mas sim uma sociedade organizada apenas esperando a oportunidade de "aparecer".

Além disso, temos a oportunidade de conhecer um pouco melhor a personagem Jeanine Mathews e ela se tornou uma das melhores personagens na trama para mim. Sou da opinião de que os vilões dão sabor às histórias e aqui ela teve o papel de fazer com que a história não caísse no marasmo. Conhecemos também outros líderes das outras facções, como Johanna Reyes (líder da Amizade) e Jack Kang (líder da Franqueza).

A morte de Will (no final do primeiro livro) acaba se tornando um fardo muito grande para Tris e sou da opinião que houve um certo exagero da escritora nesse ponto. Tudo bem, ele era um dos melhores amigos de Tris, porém ela não o matou por querer, mas sim devido às circunstâncias adversas (ou ela ou ele morria), então, achei muito desnecessário o drama meloso criado nesse segundo livro pela morte dele. A morte dos pais de Tris a todo momento é lembrada por ela também, no sentido dela não tornar suas mortes em vão. Porém, acho que isso se tornou uma obsessão da personagem, o que a impedia de ver a história com outros olhos.

Uma outra observação do livro é a relação de Tris com Peter. Passei a ter uma empatia maior com ele nesse livro e talvez ele se torne uma surpresa no último.

"O mal depende do ponto de vista de quem o vê" (Caleb Prior)

Aliás, assim como "Divergente", "Insurgente" é contada em primeira pessoa, através da perspectiva de Tris (Beatrice). O que fez com que o livro não fosse tão bom, na minha opinião. Primeiro por não achar ela uma personagem interessante. Claro, ela tem defeitos como todo ser humano e tem características de heroína, mas ela não chegou a me encantar. Segundo, porque tem momentos em que ela perde o foco do que é realmente importante devido a suas crises, ou seja, ela percebe coisas que ocorrem ao seu redor, mas não se aprofunda muito, e daí eu me senti meio "perdida" porque só temos a perspectiva dela. É meio estranho falar, porque já li muitos livros em que só temos a perspectiva de uma pessoa, mas aqui senti que faltaram alguns detalhes para que a história se tornasse melhor, para que houvesse uma concatenação dos fatos. (Será que só eu achei isso? O.o')

"Insurgente", como um todo é bem chato e só nas últimas 150 páginas é que ele começa a melhorar., onde aparece mais ação e nos sentimos realmente empolgados com os fatos. Há momentos também, principalmente nessas últimas páginas, em que não sabemos em quem acreditar e isso deixou o enredo bem emocionante. No final, confesso que fiquei um pouco surpresa e fiquei logo ansiosa para ser o terceiro e último livro da trilogia.

E vocês, leram? O que acharam?

Os outros livros da trilogia:






Livro 01: Divergente









Livro 03: Convergente








Livro extra: Quatro

22/04/2015

"Divergente", de Veronica Roth

Sinopse: Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.

Editora: Rocco. 

***
"Divergente" é o primeiro livro de uma trilogia distópica com público jovem, escrito pela americana Veronica Roth. Aliás, essas distopias juvenis estão fazendo grande sucesso, graças também às suas versões hollywoodianas. Foi assim com Jogos Vorazes (que, diga-se de passagem, ainda é um grande sucesso) e tem sido com esta trilogia da Veronica.

A história ocorre no futuro, onde hoje é Chicago (EUA), e a sociedade se encontra dividida em cinco facções: Abnegação, Erudição, Amizade, Audácia e Franqueza. Essas facções surgiram há muitos anos, no momento em que as pessoas perceberam que as guerras não deveriam ser atribuídas à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo, mas sim à personalidade humana e na sua inclinação para o mal. Dessa forma, criaram esses grupos ou facções com o intuito de acabar com essas características que, na opinião deles, eram responsáveis pela desordem no mundo.

Cada facção possui uma característica marcante e as pessoas escolhem a facção que querem se agregar de acordo com essas características: a Abnegação é formada por pessoas altruístas; a Erudição, por intelectuais; a Amizade, por pessoas bondosas e amorosas; a Audácia, por pessoas corajosas; e a Franqueza, por pessoas honestas. Ainda sim, cada grupo possui uma função dentro da sociedade, que é definida pelas suas características dominantes, dessa forma, por exemplo, os membros da Abnegação estão nos postos de poder, devido à sua personalidade altruísta; os membros da Audácia são responsáveis pela segurança, devido à sua força física e coragem, e por aí vai. E, se não bastasse, cada facção também possui um modo de se vestir, o que os torna facilmente identificáveis em público. Ou seja, temos aqui um padrão de sociedade muito bem organizada e, esteticamente, perfeita.

Os membros dessa sociedade nascem e crescem na facção de seus pais, no entanto, aos 16 (dezesseis) anos, os jovens passam por um teste de aptidão e, logo após, pela Cerimônia de Escolha, onde optam por continuarem na facção que nasceram ou mudar.

"Cada homem tem o direito de escolher o seu próprio caminho"

Nesse cenário está a nossa protagonista e heroína, Beatrice Prior, que, junto com seu irmão, Calleb Prior, que é um pouco mais velho que ela, mas que também conta com dezesseis anos, devem escolher seu caminho. Beatrice é descrita como uma menina pequena e magra, aparentando ser muito mais nova do que os seus dezesseis anos. Ela vive o impasse de ter que continuar com sua família ou ser quem verdadeiramente julga ser quem ela é. Seus testes de aptidão pouco colaboram com sua escolha, pois acabam se mostrando inconclusivos, colocando-a em grande perigo, pois assim, ela é considerada uma Divergente.

Após sua escolha, ela muda de nome (Tris) e passa por um testes de iniciação muito difíceis, que testam tanto a suas habilidades físicas, quanto as mentais. Nessa sua nova vida, ela tenta ser autossuficiente, porém, acaba percebendo o quão importante é poder contar com a ajuda de seus amigos. Não obstante, ela acaba percebendo estar apaixonada por seu instrutor, Quatro, um cara cheio de mistérios, e tudo isso é muito novo para ela.

Ao mesmo tempo de sua iniciação, Beatrice (Tris) percebe que alguma coisa estranha ocorre, pois a Erudição passa a enviar, quase que diariamente, relatórios atacando membros da Abnegação, que estão no poder, e um conflito entre as facções começa a se esboçar, derrubando aquele mito de sociedade perfeita, sem conflitos. Aos poucos, ela também percebe que as coisas não são como parecem e começa a temer por algo pior.

Nessa sociedade "perfeita" existem também os sem-facções, que são pessoas expulsas ou que não passaram nos testes de iniciação das facções. Esses sem-facções estão à margem da sociedade e, se não fosse pela ajuda da Abnegação, que está no poder, talvez até morreriam de fome. É uma classe sem identidade, miserável.

O livro é escrito em primeira pessoa, portanto, dessa forma, acompanhamos as angustias, pensamentos, conflitos e emoções de Beatrice Prior.

Esse livro possui uma leitura leve e, apesar de suas 500 (quinhentas) páginas, consegui lê-lo em um dia. É um livro legal, porém, não consigo deixar de compará-lo com a trilogia de Jogos Vorazes (sim, isso é uma injustiça!) e, em termos de enredo, este último possui uma qualidade muito melhor. É que aqui, achei a sociedade muito perfeitinha, o conflito - pelo menos nesse primeiro livro - ocorre entre as facções e é dado pouco destaque aos sem-facção. Ou seja, acaba se tornando um conflito de "classe média" pelo poder. Por outro lado, aquele dito de que as facções foram criadas para combater os conflitos do mundo cai por terra, mostrando que nem toda sociedade é perfeita.

A leitura de "Divergente" é muito prazerosa, porém, é um livro que deixou muito a desejar, devido à sua previsibilidade. Não houve nenhuma parte em que fiquei muito empolgada ou muito surpresa com os acontecimentos do enredo e, na minha opinião, ele é uma mistura de Jogos Vorazes com Harry Potter. O romance também é bem piegas e muito morno, achei que esse não foi um bom casal. Por fim, fiquei com uma dúvida no ar: por que ser Divergente é tão ruim? Em nenhum momento, a escritora nos dá uma explicação disso, talvez porque a história seja do ponto de vista da Beatrice e ela não tenha descoberto isso até o momento. Ainda sim, a tradução do livro é muito ruim, a impressão que tenho é que ela foi feita de forma muito literal e em algumas partes tive que ler duas vezes para compreender (será que só eu achei isso?).

Espero, realmente, que os próximos livros da série seja bem melhores e nos surpreenda com acontecimentos mais empolgantes, para que a gente consiga desvendar os mistérios dessa sociedade.

Nota: 3/5

Beijos e boa leitura! ;*

Outros livros da série:






Livro 02: Insurgente












Livro 03: Convergente












Livro extra: Quatro

13/04/2015

"A Bela e A Fera", de Clarice Lispector




Sinopse: A Bela e A Fera é uma das obras de Clarice Lispector que exalam a capacidade criadora e o poder de imaginação da estrela maior da literatura de autoria feminina no Brasil. As ideias que nutrem esses oito contos, escritos entre 1940 e 1941 (parte I) e 1977 (parte II), recriam uma atmosfera a partir de situações cotidianas corriqueiras que termina por despertar no leitor a sensação do insólito que há em nossas vidas. Ninguém consegue ficar indiferente a essas ideias. elas estimulam o lado mais criativo e belo que há em cada um de nos, talvez porque "o nascimento de uma ideia é precedido por uma longa gestação" - como nos diz a narradora de "História interrompida".






Olá querid@s!

Vou falar hoje de um livro que li um tempo atrás da Clarice Lispector. Clarice é espetacular! Com certeza, é uma das grandes escritoras brasileiras e que ainda fazem grande sucesso entre os leitores nacionais. Na minha humilde opinião de leitora, qualquer leitor que se preze deve ler, no mínimo, um livro dela. Os escritos de Clarice desvendam os mistérios da alma, no âmago de compreender profundamente o ser humano. Ela é o principal nome do chamado "romance introspectivo", que trata o questionamento do ser e do intimismo.

O livro dela que li dessa vez foi "A Bela e A Fera", que é um conjunto de contos. Sinceramente, não achei um livro fácil, alguns contos são chatos, outros são grandes demais e outros tive que ler duas, três vezes para compreender a visão da escritora. Acho que não seria um livro ideal para iniciar no mundo da Clarice.

"A Bela e A Fera" é composto de oito contos escritos entre 1940 e 1941. O livro originalmente não tinha título, sendo este escolhido por seu filho, Paulo Gurgel Valente, conforme consta logo no início do livro. Acho que esse livro vale a pena ser lido por quatro contos que nele constam que eu adorei: "Obsessão", "A Fuga", "Um Dia a Menos" e "A Bela e A Fera ou A Ferida Grande Demais". Os outros contos são: "História Interrompida", "Gertrudes Pede Um Conselho", "O Delírio" e "Mais Dois Bêbados".

De forma geral, Lispector retrata nestes contos a vida como ela é, mas de uma forma profunda, explorando o que se passa dentro de nós, revelando nossas fraquezas, nossos erros e acertos, nosso egoísmo e egocentrismo, que, claro, cada um tem dentro de si.

Vale a pena a leitura! ;)

Nota: 4/5

09/04/2015

[Desafio Literário] 100 Livros Essenciais da Literatura Mundial

Olá!

Já falei aqui no blog sobre o desfio literário "100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira" que estou participando, agora irei falar um pouco sobre o outro desafio que também participo, que são os "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial". Essa lista também é da Revista Bravo e, como disse no post anterior, não tem tempo de duração.

No meu Instagran (@thalitalindoso) e aqui no blog vocês poderão acompanhar o andamento das minhas leituras. Para esse desafio específico, estarei usando as hashtag #100LivrosDaLiteraturaMundial e #DesafiosLiterarios, a fim de sinalizar os livros que estou lendo ou já li.

Eis a relação:

1. Ilíada, de Homero
2. Odisseia, de Homero
3. Hamlet, de William Shakespeare
4. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes
5. A Divina Comédia, de Dante Alighieri
6. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
7. Ulisses, de James Joyce
8. Guerra e Paz, de Leon Tosltói
9. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
10. Os Ensaios, de Michel de Montaigne
11. Édipo Rei, de Sófocles
12. Otelo, de William Shakespeare
13. Madame Bovary, de Gustave Flaubert
14. Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe
15. O Processo, de Franz Kafka
16. Doutor Fausto, de Thomas Mann
17. As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
18. O Som e a Fúria, de William Faulkner
19. A Terra Desolada, de T. S. Eliot
20. Teogonia, de Hesíodo
21. Metamorfoses, de Ovídio
22. O Vermelho e o Negro, de Stendhal
23. O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald
24. Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud
25. Os Miseráveis, de Victor Hugo
26. O Estrangeiro, de Albert Camus
27. Medeia, de Eurípides
28. Eneida, de Virgílio
29. Noite de Reis, de William Shakespeare
30. Adeus às Armas, de Ernest Hemingway
31. O Coração das Trevas, de Joseph Conrad
32. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
33. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
34. Moby Dick, de Herman Melville
35. Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
36. A Comédia Humana, de Honoré de Balzac
37. Grandes Esperanças, de Charles Dickens
38. O Homem sem Qualidades, de Robert Musil
39. As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
40. Finnegans Wake, de James Joyce
41. Os Lusíadas, de Luís de Camões
42. Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas
43. Retrato de uma Senhora, de Henry James
44. Decamerão, de Giovanni Boccaccio
45. Esperando Godot, de Samuel Beckett
46. 1984, de George Orwell
47. A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
48. Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont
49. A Tarde de um Fauno, de Stéphane Mallarmé
50. Lolita, de Vladimir Nabokov
51. Tartufo, de Molière
52. As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
53. O Livro das Mil e Uma Noites
54. O Burlador de Sevilha, de Tirso de Molina
55. Mensagem, de Fernando Pessoa
56. Paraíso Perdido, de John Milton
57. Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
58. Os Moedeiros Falsos, de André Gide
59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
60. O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
61. Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello
62. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
63. A Náusea, de Jean-Paul Sartre
64. A Consciência de Zeno, de Italo Svevo
65. Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene Gladstone O’Neill
66. A Condição Humana, de André Malraux
67. Os Cantos, de Ezra Pund
68. Canções da Inocência-Canções da Experiência, de William Blake
69. Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams
70. Ficções, de Jorge Luis Borges
71. O Rinoceronte, de Eugène Ionesco
72. A Morte de Virgílio, de Hermann Broch
73. Folhas de Relva, de Walt Whitman
74. O Deseros dos Tártaros, de Dino Buzzati
75. Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
76. Viagem ao Fim da Noite, de Louis-Ferdinand Céline
77. A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós
78. O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar
79. As Vinhas da Ira, de John Steinbeck
80. Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
81. O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger
82. As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
83. Contos – Hans Christian Andersen
84. O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa
85. A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, de Laurence Sterne
86. Uma Passagem para a Índia, de Edward Morgan Forster
87. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
88. Trópico de Câncer, de Henry Miller
89. Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev
90. O Náufrago, de Thomas Bernhard
91. A Epopeia de Gilgamesh
92. O Mahabharata
93. As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino
94. Oh The Road, de Jack Kerouac
95. O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
96. O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
97. Reparação, de Ian McEwan
98. Desonra, de J. M. Coetzee
99. As Irmãs Makioka, de Junichiro Tanizaki
100. Pedro Páramo, de Juan Rulfo


Legenda:
  • Preto: Não lidos
  • Vermelho: Lidos
  • Verde: Lidos, mas que irei reler
  • Azul: Lendo

01/04/2015

"Desejo à Meia-Noite", de Lisa Kleypa

Sinopse: Após sofrer uma decepção amorosa, Amelia Hathaway perdeu as esperanças de se casar. Desde a morte dos pais, ela se dedica exclusivamente a cuidar dos quatro irmãos – uma tarefa nada fácil, sobretudo porque Leo, o mais velho, anda desperdiçando dinheiro com mulheres, jogos e bebida. Certa noite, quando sai em busca de Leo pelos redutos boêmios de Londres, Amelia conhece Cam Rohan. Meio cigano, meio irlandês, Rohan é um homem difícil de se definir e, embora tenha ficado muito rico, nunca se acostumou com a vida na sociedade londrina. Apesar de não conseguirem esconder a imediata atração que sentem, Rohan e Amelia ficam aliviados com a perspectiva de nunca mais se encontrarem. Mas parece que o destino já traçou outros planos. Quando se muda com a família para a propriedade recém-herdada em Hampshire, Amelia acredita que esse pode ser o início de uma vida melhor para os Hathaways. Mas não faz ideia de quantas dificuldades estão a sua espera. E a maior delas é o reencontro com o sedutor Rohan, que parece determinado a ajudá-la a resolver seus problemas. Agora a independente Amelia se verá dividida entre o orgulho e seus sentimentos. Será que Rohan, um cigano que preza sua liberdade acima de tudo, estará disposto a abrir mão de suas raízes e se curvar à maior instituição de todos os tempos: o casamento?

Avaliação: 4/5

***

Sempre tive muita vontade de me aventurar em romances de época, só que esse desejo só foi sendo adiado, devido a outras leituras. Aliás, foi apenas ano passado que deixei o preconceito de lado e comecei a ler os romances "da moda", aqueles livros que ficam nas vitrines das livrarias. Achava esse tipo de leitura muito piegas. Na realidade, depois de alguns livros, minha opinião não mudou muito, dificilmente esse tipo de livro me surpreende, pois muitos escritores não passam daquelas histórias "mamão com açúcar", mas tive boas surpresas. Por exemplo, a Nora Roberts tornou-se uma das minhas escritoras contemporâneas favoritas depois que li o "Quarteto de Noivas".

Pois bem, como disse antes tinha muita vontade de ler romances de época, então, nesse ano aproveitei a oportunidade do lançamento do último livro da série "Os Hathaways", da escritora americana Lisa Kleypas e comprei todos os e-books da série, passando logo a lê-los.

Antes de discorrer sobre o livro em si, quero já falar uma coisa: a Lisa Kleypas conquistou meu coração com essa série e também se tornou, ao lado de Nora, minha romancista contemporânea predileta. Nem todos os livros são bons, mas o conjunto é excelente e fiquei maravilhada.

A série Os Hathaways é composta de 05 (cinco) livros e cada um relata o romance de um membro da família. A família é formada por cinco irmãos: Leo, o mais velho, Amelia, Winnifred, Poppy e Beatrix, esta última a irmã mais nova. Os pais deles já faleceram e, devido a uma série de acontecimentos drásticos com alguns parentes distantes, Leo acaba recebendo o título de Visconde (Lorde Ramsay) e a família passa a fazer parte da aristocracia inglesa.

Os Hathaways é uma família muito pouco convencional para os padrões da aristocracia inglesa, dessa forma, eles têm muitas dificuldades de se adaptar à nova realidade e acabam sendo considerados "os diferentes" pelos outros aristocratas. Toda a série se passa na Inglaterra, nas cidades de Londres e Hampshire, entre os anos de 1848 e 1855. Ou seja, numa época onde a mulher tinha muito pouco valor, seu papel era apenas casar e ter filhos.

Cada livro será objeto de uma postagem aqui no blog, dessa forma, iremos conversar um pouco sobre o primeiro livro da série "Desejo à Meia-Noite".

Nesse primeiro livro da série, temos como personagem principal Amelia Hathaway, irmã mais velha da família. Amelia tem 26 anos e, para os padrões da época, já passou da idade de se casar. Ainda sim, depois de uma grande decepção amorosa que sofrera com o amigo de seu irmão, Christopher Frost, casar definitivamente não está nos planos dessa inglesa. Após a morte dos pais e, principalmente, após a decaída do seu irmão, Leo Hathaway, Amelia assume o papel de responsável pela família, uma espécie de "mãe", que carrega a família nas costas.

O início da história se passa em Londres, em 1848, quando os irmãos estão se mudando de Primrose Place, vilarejo em Londres, para a Ramsay House, em Hampshire. Um tempo antes, Leo Hathaway havia perdido sua noiva, Laura Dillard, que morrera devido a uma escarlatina. Logo depois, tanto Leo quanto Winnifred contraíram a doença e, graças a um cigano que morava com eles, Kev Merripen, os dois conseguiram sobreviver, porém, os pulmões de Win ficaram muito fracos e Leo acabou levando uma vida boêmia, regada à bebida, drogas e brigas.

Numa dessas noites, em busca de seu irmão, que estava perdido entre as tavernas de Londres, Amelia acaba conhecendo o cigano Cam Rohan e logo ocorre uma forte atração entre os dois. Um tempo depois, quando a família já estava instalada em Ramsay House, Amelia reencontra novamente o cigano Cam e, no meio de tantas tragédias que ocorrem com a família, os dois acabam se aproximando e Cam acaba suprindo, de certa forma, a ausência de Leo, como o "homem" da família.

Achei interessante a interação entre Cam e Amelia nesse primeiro momento, onde a família Hathaway passa por grandes dificuldades, pois, na ausência de Leo, Amelia acaba sendo a responsável pela família, no entanto, ela não aceita a ajuda de terceiros, pois ela tem uma personalidade muito orgulhosa. Ela gosta de ter o controle sobre tudo, de ser autoritária e competente em tudo que faz. No entanto, os acontecimentos fogem do seu controle, e uma ajuda externa acaba sendo mais que necessária no contexto que eles vivem.

Agora quero falar um pouco sobre o cigano Cam Rohan: Ele é descrito no livro como um homem muito atraente, que chama a atenção e atrai o desejo de várias mulheres. No entanto, seu espírito cigano fala um pouco mais alto, e ele não consegue se prender a nenhuma delas. Rohan é metade cigano e metade irlandês. Vivia com sua tribo, sendo cuidado por sua avó, mas depois de uma perseguição dos "gadjos" ele acaba sendo deixado na cidade de Londres por seu primo, onde consegue logo um emprego. Ele é uma espécie de sortudo, que acabou acumulando uma grande fortuna, mesmo contra sua vontade. Na época, os ciganos sofriam muito preconceito dos ingleses e com Rohan não era diferente. No entanto, ele ganhou respeito entre as pessoas que conviviam com ele e qualquer preconceito que sofresse não lhe atingia. Apesar de ser também cigano, a relação de Cam Rohan com Kev Merripen (que já está com a família Hathaway há algum tempo) não é das melhores. 

É nesse cenário que se ambienta o romance entre Amelia Hathaway e Cam Rohan. O enredo da história é bem interessante e as cenas picantes não tornam o romance piegas demais.

Gostei muito desse primeiro livro e desse primeiro contato com a escritora Lisa Kleypas!


Vale a pena a leitura!

Boa leitura! :*
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