Passei quase dois meses lendo
esse livro e tive várias impressões dele durante esse tempo. Se você é o tipo
de pessoa que não gosta de filosofia ou que até gosta de filosofia, mas não
gosta de livros densos (não quanto à quantidade de páginas, mas quanto à
qualidade de informações), então, nem leia “O Mundo de Sofia”. Sério, quando
chegar no terceiro capítulo você vai querer se matar (acho que exagerei... Na
verdade, você não vai mais querer ler o livro e só isso).
Por outro lado, se você busca um
livro recheado de conteúdo filosófico com uma história surpreendente e não se
importa em ler histórias densas, então, posso dizer que este é o livro certo
para você.
Capa antiga do livro |
Bom, posso dizer que li este
livro no momento certo, porque, além de realmente querer lê-lo eu estava
necessitando de uma base filosófica, mesmo que superficial. Em 2005 peguei esse
livro emprestado com uma amiga e não conseguia passar do quarto capítulo. Ano
passado resolvi devolvê-lo, mas, mais por vergonha mesmo de estar tanto tempo
com o livro dela e nem sequer ter coragem de pegá-lo para ler todo (e, claro, ela
nem se lembrava mais que esse livro estava comigo...). Devido à minha
necessidade de momento, comprei um exemplar e li o mesmo nos últimos dois
meses.
Minhas impressões? Como disse
anteriormente, foram as mais variadas. Houve momentos em que eu me deliciava
com a história e outras em que a história estava tão entediante, que queria
desistir de ler... Em outros, eu lia os textos filosóficos duas, três vezes,
para poder assimilar bem seu conteúdo, já outros textos passei bem rápido ou
porque eram chatos ou porque conseguia assimilá-los logo na primeira leitura. E
aí, quando a gente chega na metade do livro e a história dá uma reviravolta...
Minha empolgação voltou e eu simplesmente devorei o livro da sua metade até o
final.
O livro conta a história de uma
menina chamada Sofia Amundsen que está prestes a completar quinze anos e passa
a receber cartas anônimas de um curso de filosofia de um filósofo chamado
Alberto Knox. No entanto, além do curso, ela recebe também cartões postais do
Líbano, endereçados a uma menina chamada Hilde Moller Knag, do seu pai Albert
Knag. Sofia passa a não entender o que está acontecendo, pois não conhece
nenhuma menina chamada Hilde, muito menos um major Albert. Ainda sim, aos
poucos, ela começa a aprofundar o seu conhecimento de filosofia, com o curso que
Alberto Knox leciona para ela, seja através de cartas ou através de conversas
devidamente ambientadas ao contexto.
Sobre o conteúdo filosófico em
si, o mesmo nos dá uma noção geral sobre o pensamento dos filósofos mais
importante da história. Desde os filósofos da natureza, passando por Sócrates,
Platão e Aristóteles, chegando à Idade Média com os ensinamentos de Santo
Agostinho, entrando no período da Renascença, do Romantismo, até chegar aos
principais filósofos modernos, como Marx, Hegel, Darwin e Freud, o livro
apresenta uma visão geral sobre a história da filosofia. Mas, claro, o livro é
um romance e não pretende ser um curso aprofundado de filosofia. Creio que a
principal intenção de Jostein Gaarden foi despertar o interesse filosófico de
muitos jovens e adultos e dar-lhes uma base importante para poderem se aprofundar depois,
caso tenham interesse.
Na metade do livro, a história dá
uma reviravolta e passa a acontecer em dois planos. E foi essa parte que achei
interessantíssima e muito inteligente da parte do escritor. Não vou contar mais
detalhes, pois quero que outras pessoas se surpreendam com a história, mas não
posso deixar de falar que um novo livro começa a partir dessa mudança.
A história se passa na Noruega e
também revela detalhes interessantes sobre a cultura norueguesa. Os principais
personagens do livro são: Sofia Amundsen, Alberto Knox, Hilde Moller Knag e
Albert Knag. Além desses quatro, o livro conta com a presença singular da amiga
da Sofia, a Jorrun, e da mãe de Sofia, Helene Amundsen.
ISBN: 978-85-359-2189-2 Editora: Companhia das Letras Páginas: 566 Nota: 4/5 |
A sinopse:
Cartas anônimas começam a chegar à caixa de correio da menina Sofia. Elas trazem perguntas sobre a existência e o entendimento da realidade. Por meio de um thriller emocionante, Gaarder conta a história da filosofia, dos pré-socráticos aos pós-modernos, de maneira acessível a todas as idades.
Achei o livro surpreendente,
apesar de algumas partes serem entediantes. O final não me agradou muito, mas
pode-se dizer que é um pouco interessante e totalmente inesperado. Creio que,
se o objetivo do Gaarden tenha sido passar a história da filosofia ocidental
para um público que não tem muito contato com o estudo da filosofia e
até despertar um pouco o interesse da matéria junto a esse público, creio que ele
conseguiu.
Boa leitura! ;-*
Olá Thalita! Primeiro gostaria de lhe cumprimentar dizendo que sinto saudades de você, nos vemos em poucas ocasiões durante minha breve militância no movimento mudança mas guardo boas impressões quanto à sua personalidade e postura naquele ambiente. A respeito do livro também o li e achei uma delícia de história, envolvente, informativa, didática e digo que esta é uma característica de Gaarder, quando puder leia o romance A Garota das Laranjas, é do mesmo autor e segue também esta estrutura. Ao ler O Mundo de Sofia é impossível não se sentir desafiado a ir mais a fundo na história da filosofia ocidental com tantos personagens curiosos e nessa busca acabei conhecendo um outro autor interessantíssimo, que é o Irvin Yalom. Se você gostou de O Mundo de Sofia leia também Quando Nietzsche Chorou de Irvin Yalom.
ResponderExcluirAtt.
Izaías Amaral
amaral.izaias@yahoo.com.br